O advogado Jorge Benedito Florentino de Britto foi preso na tarde da quinta-feira (9), no centro de Vitória, no Espírito Santo, acusado de ameaçar de morte o também advogado Renan Sales, que atua como assistente de acusação em dois processos contra Jorge Britto. De acordo com o jornal eletrônico Tribuna Online, de Vitória, as mensagens com ameaças foram enviadas por WhatsApp ao pai de Renan, afirmando que o advogado estava “pedindo para morrer”.

Jorge Britto foi preso por agentes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), em cumprimento a mandado de prisão preventiva, pelos crimes de coação no curso de processo e atentado à liberdade de trabalho, informa o jornal.

Em mensagens enviadas no dia 19 de abril, Jorge sugeriu que Renan Sales “fizesse um concurso no Ministério Público, pois lá ele teria proteção do Estado, inclusive com porte de arma”. E completou: “Como assistente de acusação, ele poderá encontrar um maluco pela frente e se dar mal. Te falo isso porque esse maluco poderá ser eu”.

O advogado prosseguiu com as ameaças, dizendo que “não tem muita coisa a perder”.

Cinco dias depois, Jorge Britto voltou a ameaçar Renan Sales. Dessa vez, de forma mais incisiva: “Já falei para vc (SIC), seu filho Renan tá pedindo para morrer. Ele não me conhece”, escreveu Jorge.

Para Raphael Câmara, advogado que representa Renan Sales, a advogacia capixaba está solidária com a vítima das ameaças. Ele disse que espera que os fatos sejam “profundamente investigados”.

“Um advogado não pode ser ameaçado no exercício de suas funções. Foram ameaças graves, diretas e incisivas, que constrangeram todos da advocacia capixaba. A defesa espera que os fatos sejam claramente apurados e os responsáveis sejam identificados e punidos”, afirmou Raphael.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), por meio da Diretoria de Prerrogativas, entrou com um pedido de habeas corpus pedindo que Jorge Britto seja transferido para o regime domiciliar, uma vez que o advogado não pode ser custodiado em um presídio comum (prerrogativa dos advogados).

Na nota, a Ordem explicou que Jorge Britto foi transferido para o Presídio Militar, no Quartel da Polícia Militar, em Maruípe – Vitória. A Ordem ressaltou ainda que “não entrará no mérito da defesa do advogado, mas apenas na sua proteção, da advocacia, do Estatuto da OAB e do Estado Democrático de Direito”.

FONTE: Tribuna Online | Foto: Pixabay

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