Há dois anos no mercado, a startup Buser, espécie de Uber dos ônibus intermunicipais, está sendo alvo de polêmica e de críticas — especialmente das companhias de ônibus responsáveis pelo transporte rodoviário no país. A empresa mineira iniciou as operações oferecendo apenas uma viagem ao dia a partir de Belo Horizonte. Hoje, faz 40 viagens intermunicipais por dia, partindo de 20 cidades do país, entre elas São Paulo (SP), Rio de Janeiro (SJ) e Curitiba (PR). A notícia está no portal Época Negócios.
Com passagens até 60% mais baratas que as oferecidas pelas viações tradicionais, a Buser, diz a reportagem, agradou os consumidores. Quem baixa o aplicativo consegue fazer uma busca e saber qual o número de passageiros que pretende viajar para o mesmo destino. O preço final será o resultado do rateio entre todos os viajantes – a plataforma compara os preços do app com os praticados pelas companhias rodoviárias.
Mas o serviço oferecido pela startup gerou atrito com as empresas de transporte terrestre — que questionam a legalidade do serviço na Justiça. O caso atualmente está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). Espera-se que a questão, que começou a ser discutida em dezembro do ano passado, seja retomada no dia 8 de maio.
As empresas, representadas pela Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), defendem que a Buser não pode funcionar porque não detém, como eles, concessão do poder público.
“Os ‘Uber dos ônibus’ não são nada além de versões tecnológicas das ‘vans piratas’ e das ‘lotações’ de ontem. A tentativa de descaracterização do serviço de transporte coletivo público e regular, por uma suposta prestação de serviço eletrônico de aproximação de pessoas para transporte terrestre por fretamento eventual, não passa de escancarada e inconstitucional fuga regulatória”, diz a petição da Abrati.
O Buser, por sua vez, alega não ser uma empresa de transportes, porque nem sequer possui veículos — a startup faz parcerias com empresas de fretamento. O serviço, comparam os advogados, é semelhante ao do Uber, 99Pop e iFood, porque faz a intermediação entre pessoas que querem viajar para um mesmo destino com outras que desejam fretar ônibus.
FONTE: Época Negócios | Foto: Reprodução Internet