Das 120 pessoas do escritório brasileiro, estima-se que cerca de 20 ou 30 sobraram

A onda de demissões no Twitter parece já ter começado, inclusive aqui no Brasil. Na madrugada desta sexta-feira (4), parte dos 150 funcionários da subsidiária brasileira da rede social foram demitidos de forma abrupta e inesperada.

Os profissionais tiveram seus computadores de trabalho bloqueados e receberam apenas um e-mail em suas contas pessoais informando que os cargos não eram mais necessários. “Começaremos o difícil processo de redução de nossa força de trabalho global na sexta-feira”, dizia a mensagem enviada pelo Twitter a seus funcionários, a qual foi obtida pela agência AFP.

Os demitidos devem receber um aviso até às 13h (horário de Brasília) de hoje. O crachá das pessoas dispensadas já está bloqueado e o acesso ao prédio foi limitado para “ajudar a garantir a segurança” do serviço.

A demissão deve afetar a prestação de alguns serviços específicos do Brasil, especialmente relacionado à curadoria de conteúdo. Segundo apurou o Canaltech, os trabalhadores que organizam as trends, selecionam conteúdos em destaque e postam os vídeos no topo da guia Explorar foram dispensados.

Das 120 pessoas do escritório brasileiro, estima-se que cerca de 20 ou 30 sobraram. No restante do mundo, o Twitter parece ter mantido apenas as equipes de vendas, engenharia de software e alguns núcleos específicos.

O que mudará no Twitter?
O CEO da rede social é contra a moderação de conteúdo, pois acredita que isso limita a “liberdade de expressão” das pessoas. O que chocou as pessoas foi a maneira como isso foi feito — por e-mail, sem nenhum contato humano.

A demissão em massa já era esperada, pois o novo dono do Twitter, o bilionário Elon Musk, havia prometido reduzir o quadro de funcionários. Ontem (3), rumores apontavam para um possível corte de 3,7 mil funcionários. Segundo os informantes da Bloomberg, a ideia é também reverter a política do anywhere office da empresa, exigindo que os funcionários voltem a trabalhar no escritório.

O Twitter tinha cerca de 7,5 mil funcionários antes da aquisição de Elon Musk. Lá nos Estados Unidos, empregados já estão se organizando para mover uma ação trabalhista contra a rede social, acusada de descumprir a Lei Federal de Notificação de Ajuste e Retreinamento do Trabalhador. O normativo estabelece que um empregador deve fornecer um aviso prévio por escrito de 60 dias antes de uma demissão que afete mais de 100 colaboradores no geral ou 50 funcionários em um único local de trabalho.

FONTE: Canaltech | FOTO: REuters