Dados são referentes ao terceiro trimestre de 2021 e incorporam revisão na série do IBGE
Em um cenário de menos restrições a atividades econômicas, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 12,6% no terceiro trimestre de 2021. O indicador estava em 14,2% no segundo trimestre deste ano e em 14,9% em igual período de 2020. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo com a trégua na taxa, o Brasil ainda registrou 13,5 milhões de desempregados entre os últimos meses de julho e setembro. Os resultados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Pelas estatísticas oficiais, uma pessoa está desempregada quando não tem trabalho e segue à procura de novas oportunidades profissionais. O levantamento considera tanto trabalhadores formais quanto informais.
A taxa de desemprego estimada pelo IBGE (12,6%) ficou próxima das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam indicador de 12,7%.
“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”, diz a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Os números divulgados nesta terça-feira (30) já incorporam uma revisão feita pelo IBGE em toda a série histórica da Pnad Contínua, com dados desde 2012.
Conforme o instituto, a reponderação dos resultados foi necessária devido aos efeitos da pandemia no processo de coleta das informações.
A chegada da Covid-19 causou restrições a deslocamentos e fez o órgão suspender as entrevistas presenciais da Pnad a partir do segundo trimestre de 2020. Assim, a coleta dos dados passou a ser feita por telefone.
A alteração, contudo, reduziu a taxa de aproveitamento da pesquisa, já que houve mais dificuldades para realização das entrevistas —nem todas as famílias brasileiras têm acesso a aparelhos telefônicos, por exemplo.
De acordo com o IBGE, essa redução foi sentida principalmente entre faixas mais jovens da população, o que aumentou a proporção de idosos na amostra.
Segundo o instituto, a partir da reponderação da série, que leva em conta características de faixa etária e sexo, eventuais distorções são corrigidas, e as estimativas mais recentes podem ser comparadas às anteriores.
A taxa de desemprego do segundo trimestre de 2021, por exemplo, havia sido estimada inicialmente em 14,1%. Com a revisão, passou para 14,2%. Já o número de desocupados, nesse mesmo período, passou de 14,4 milhões para 14,8 milhões.
A pandemia, sinaliza o IBGE, causou desafios similares para institutos de pesquisas de outros países. Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e as restrições menores, o órgão brasileiro retomou parte das atividades presenciais nos últimos meses.
FONTE: Folha Online | FOTO: Marcelo Camargo (Agência Brasil)