Medida seria primeira vez em que vigilante da concorrência reverteria uma aquisição de Big Techs
O órgão regulador da concorrência do Reino Unido deverá bloquear a aquisição por US$ 315 milhões (R$ 1,76 bilhão) pela Meta da plataforma online de gifs Giphy nos próximos dias, numa escalada do ataque do órgão de vigilância às grandes empresas tecnológicas.
A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA na sigla em inglês) deverá reverter o acordo, segundo indivíduos próximos da questão; seria a primeira vez que a CMA impediria um negócio das Big Techs.
A agência fiscalizadora começou a investigar em junho do ano passado a aquisição pela Meta da Giphy —o maior provedor de imagens animadas, conhecidas como gifs, para redes sociais—, sediada em Nova York. Uma decisão de bloquear o negócio seria um precedente notável do órgão britânico, que nunca tentou reverter um acordo tecnológico concluído.
A CMA não quis fazer comentários.
Em agosto, a CMA decidiu provisoriamente que a Meta, antes conhecida como Facebook, deveria ser obrigada a vender a Giphy devido a preocupações de concorrência. Ela tem até 1º de dezembro para tomar uma decisão final.
Naquela época, a CMA afirmou que a Meta poderia impedir o acesso de rivais aos gifs e exigir que plataformas como TikTok ou Snapchat entregassem mais dados próprios para ter acesso aos gifs, consolidando o poder nas mãos da Meta.
O órgão regulador também disse que o acordo poderá eliminar uma concorrente da Meta no mercado de publicidade online do Reino Unido, apesar da ausência da Giphy nesse setor.
O Facebook controla de 40% a 50% do mercado de publicidade online no Reino Unido, segundo a CMA. A Giphy oferecia publicidade paga nos Estados Unidos, e a CMA afirmou que, se não houvesse a fusão, a Giphy poderia ter expandido esse serviço no Reino Unido, o que a companhia negou.
FONTE: Folha Online | FOTO: Reuters