
Ex-presidente do COB é considerado culpado por crime de corrupção passiva e organização criminosa
O ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) Carlos Arthur Nuzman foi condenado a quase 31 anos de prisão pela acusação de ter participado do pagamento de propina a membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) em troca de votos para o Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas de 2016. A informação é da Folha Online.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, também condenou o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-diretor da Rio-16 Leonardo Gryner, acusados de envolvimento no esquema.
Veja também: Varejistas brasileiras começam a barrar produtos sem registro na Anatel
De acordo com o Ministério Público Federal, os três participaram do pagamento de US$ 2 milhões ao senegalês Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, em troca de votos para a candidatura carioca na eleição realizada em outubro de 2009 pelo COI.
O dinheiro, segundo a investigação da Procuradoria, foi viabilizado pelo empresário Arthur Soares e debitado da propina combinada por ele a ser paga para o ex-governador.
O processo contra os três era um dos que estavam parados há mais de um ano no gabinete de Bretas, aguardando sentença. O advogado de Nuzman chegou a recorrer ao TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) para determinar o proferimento da sentença.
“Cuida-se de um idoso, com 80 anos de idade, que tem prioridade e que invoca, respeitosamente, a garantia fundamental de ter seu processo definido em prazo razoável”, afirma petição do advogado João Francisco Neto, que representa Nuzman.
Procurada, a defesa do ex-dirigente esportivo e do ex-governador não comentaram a decisão.
Cabral foi condenado a 10 anos e 8 meses de prisão, somando assim mais de 414 anos de pena. Gryner foi condenado a 13 anos e 10 meses de prisão.
Eles foram denunciados em 2017 sob acusação de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Soares, Diack e o filho do senegalês, Papa Massata Diack, ainda não foram julgados porque seus processos foram desmembrados, por viverem no exterior.
FONTE: Folha Online | FOTO: Bruno Kelly (Reuters)