O falso médico foi preso em maio deste ano, quando trabalhava usando o carimbo de um médico verdadeiro
Itamberg Oliveira Saldanha, apontado como falso médico que trabalhou em mais de dez unidades de saúde do Rio, vai ser solto. Saldanha estava preso desde maio, quando a polícia descobriu que ele atuava em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais usando dados de um médico de verdade.
De acordo com o G1, a juíza da 2ª Vara Criminal da capital decidiu colocá-lo em liberdade, depois da audiência de instrução e julgamento do processo realizada na terça-feira (16), no Fórum de Bangu, na Zona Oeste do Rio. Foram ouvidos o próprio Itamberg e testemunhas de acusação, entre elas o verdadeiro médico que teve a identidade usada e a filha de uma paciente atendida pelo falso médico. A paciente morreu.
O falso médico foi preso em maio deste ano, quando dava plantão na UPA de Realengo, na Zona Oeste, onde trabalhava usando o carimbo de um médico verdadeiro, segundo a Polícia Civil. A fraude foi descoberta quando ele esqueceu o carimbo em uma das salas da UPA. O carimbo foi encontrado por um colega que era amigo do médico verdadeiro.
O médico disse, em depoimento, que já estava desconfiado de que alguém usava a identificação dele. Ele descobriu que outra pessoa havia se vacinado contra a Covid usando a sua documentação. Colegas disseram que Itamberg trabalhou em 12 unidades de saúde espalhadas por seis cidades do Rio de Janeiro. Os investigadores dizem que o falso médico teria tratado cerca de três mil pacientes e recebido aproximadamente R$ 100 mil em salários.
Em sua decisão, a juíza da 2ª Vara Criminal disse que a soltura de Itamberg não acarreta mais prejuízos para a investigação do caso porque a fase de coleta de provas já está encerrada. Agora, a juíza aguarda as alegações finais dos advogados e das outras partes do processo para proferir a sentença e decidir se Itamberg será absolvido ou condenado.
Após a audiência, a defesa de Itamberg se disse satisfeita com o resultado do julgamento de terça-feira. Ela afirmou que seu cliente confessou que errou e que em nenhum momento ele trouxe prejuízo à Saúde do estado do Rio de Janeiro.
FONTE: G1 | FOTO: Pixabay