Separe bitcoin de blockchain. Separe a consequência do facilitador. É assim que Joe Kaeser, presidente e CEO da Siemens, descreveu duas das tecnologias mais comentadas atualmente.

Para Kaeser, o blockchain é um “facilitador”, uma “documentação descentralizada” que abre diversas possibilidades – para o bem e para o mal. Entre elas, está o bitcoin. A matéria é da repórter Barbara Bigarelli, da Época Negócios.

“O bitcoin é a maior ferramenta de lavagem de dinheiro na internet hoje”, disse Kaeser durante o Siemens Innovation Day 2017, em Munique, na Alemanha. Não trate, portanto, os dois como “se fossem a mesma coisa”, defende.

O blockchain – e não o bitcoin – está entre as tecnologias promissoras que a Siemens irá focar nos próximos anos, ao lado de automação, mobilidade, robôs autônomos, simulações com “gêmeos digitais” e análise de dados e cibersegurança.

Todas ficam sob o guarda-chuva da divisão que a empresa chama de “Digital Factory”, uma das três prioritárias em termos de pesquisa, ao lado de Saúde (Healthineers) e Energia.

A estratégia da empresa, segundo Kaeser, está muito mais focada em escolher áreas e tecnologias promissoras, que posicionarão a empresa centenária – do que crescer organicamente com aquisições de grandes empresas.

“Não temos como saber como será o futuro, mas podemos criar o ambiente criativo para a inovação”, disse o CEO. “Não é uma questão de aumentar o orçamento de P&D. É uma questão de investir em áreas que terão maior impacto, em tecnologias que criarão novos modelos de negócio”.

A Siemens investiu 1,2 bilhão de euros em Pesquisa & Desenvolvimento no ano fiscal de 2017 – 40% a mais do que em 2014.

Pelo menos 20% do total investido foi focado em negócios totalmente digitais. Em comparação com 2016, a receita da Siemens com serviços digitais e softwares cresceu 20%, atingindo 5,2 bilhões de euros, segundo o CTO Roland Busch.

Durante o congresso, a Siemens tem procurado se mostrar como uma empresa capaz de acompanhar mudanças em inovações – que vão muito além do setor de energia e infraestrutura física (onde cresceu pelo mundo).

“Não queremos apenas investir. Queremos ser benchmarking, ver quais mercados os investimentos gerarão”, diz Busch.

A empresa diz que tem conseguido diminuir o tempo com o qual responde às demandas de seus clientes para que eles consigam “inovar muito mais rápido”.

O grande “produto” para isso é o chamado MindSphere, plataforma baseada na nuvem que promete integrar várias soluções digitais – gerenciando dados, criando análises e usando competências de IoT (Internet das Coisas). Cerca de 900 engenheiros, cientistas de dados e desenvolvedores criaram a plataforma lançada há 12 meses.

FONTE: Época Negócios

Deixe um comentário