O Instituto Atlântico está criando um laboratório voltado para o desenvolvimento de projetos de Inteligência Artificial (IA) com o objetivo de tornar essa tecnologia mais acessível, estimular a inovação e promover a inclusão digital em diversos setores, desde o empresariado até as políticas públicas.

Com 22 anos de atuação, o Instituto Atlântico é uma Instituição de Ciência e Tecnologia sem fins lucrativos, especializada em desenvolver soluções científicas e tecnológicas. Sua sede está localizada em Fortaleza.

O projeto para a construção do laboratório recebeu um investimento de R$ 13,23 milhões, através de um aporte do governo federal por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A iniciativa foi selecionada em uma chamada pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e os recursos estarão disponíveis a partir de 2025.

De acordo com o instituto, o laboratório será um hub de pesquisas, com foco em parcerias com universidades, instituições de ciência e tecnologia, empresas e startups. A meta é impulsionar a pesquisa tecnológica e fomentar a transformação digital da economia regional, por meio de produtos e serviços inovadores de base tecnológica.

O diretor de Inovação do Atlântico, Luiz Alves, destacou que o novo laboratório será aberto à comunidade científica, incentivando pesquisadores a desenvolverem projetos de inteligência artificial no Brasil. A iniciativa busca reter talentos no país, promovendo a inovação local e posicionando o Brasil como exportador de tecnologias de IA.

“Essa infraestrutura atuará como um ponto de convergência, onde conseguiremos manter nossos pesquisadores. Com um ambiente adequado, esses profissionais não precisarão ir para o exterior, pois aqui encontrarão a estrutura necessária para suas pesquisas”, afirmou o diretor.

O Instituto Atlântico investirá R$ 8,8 milhões em equipamentos e infraestrutura para o laboratório, enquanto o restante do valor – R$ 4,4 milhões – será destinado a patrocinar projetos de pesquisadores vinculados a universidades e institutos de pesquisa.

Com os novos equipamentos adquiridos, o laboratório será capaz de realizar projetos mais complexos envolvendo IA, oferecendo uma infraestrutura mais completa. Entre os equipamentos de destaque, estará a GPU H100 da NVIDIA, uma unidade de processamento gráfico de alto desempenho, que possibilitará a execução de modelos avançados de IA.

Projetos que poderão ser desenvolvidos
O laboratório também possibilitará a realização de projetos de IA focados na melhoria da eficiência operacional das empresas, com o objetivo de aumentar a competitividade no mercado. A ideia é tornar os produtos mais acessíveis e de melhor qualidade, para contribuir no fortalecimento do setor empresarial.

Além disso, o laboratório trabalhará no desenvolvimento de uma infraestrutura capaz de implementar dispositivos inteligentes com altos padrões de segurança digital. Outro foco será a criação de uma metodologia estruturada para a formação de profissionais especializados em IA.

O projeto também visa a criação de tecnologias para aprimorar políticas públicas na região Nordeste, com o intuito de promover melhorias sociais e econômicas por meio da transformação digital.

O diretor de Inovação do instituto ressaltou que, além de incentivar o avanço da inteligência artificial, ter um ambiente próprio para desenvolver projetos nessa área é uma questão de segurança nacional. Com isso, o Brasil reduziria a dependência de infraestruturas estrangeiras para rodar modelos de IA.

“Por exemplo o Sistema Único de Saúde (SUS) e a previdência: ambos possuem grandes bancos de dados. Se o Brasil não contar com uma infraestrutura adequada para desenvolver projetos de IA com esses dados, será necessário fornecer essas informações para outros países para que eles desenvolvam projetos com dados da população brasileira”, explicou Alves.

Outras iniciativas
No mesmo intuito de fomentar a pesquisa e a inovação em IA, o instituto também lançou o Laboratório de Inovação Aberta do Atlântico (Alia). Para esse projeto, o Instituto investirá cerca de R$ 100 mil em bolsas para professores e alunos de universidades brasileiras. Além disso, R$ 20 mil serão destinados à capacitação dos colaboradores do próprio instituto.

“Somente no Atlântico temos 24 cientistas de dados, que serão fundamentais nessa preparação para atender demandas altamente complexas que virão pela frente. Além disso, estamos investindo na formação de mais especialistas em IA”, finalizou o diretor Alves.

FONTE: CNN Brasil | FOTO: Pixabay