Meio de pagamento também se tornou alvo preferencial de golpes
O Pix completa dois anos nesta quarta-feira (16) com 138 milhões de usuários cadastrados atualmente e uma movimentação financeira nos últimos 12 meses equivalente ao PIB do Brasil.
Leia também: Banco é condenado por não comunicar acidentes de trabalho ao INSS
Segundo dados do Banco Central, 130 milhões de pessoas físicas —70% da população bancarizada— já fizeram pelo menos um Pix desde novembro de 2020.
O meio de pagamento também já foi utilizado por 11,4 milhões de pessoas jurídicas, o que representa 55% das empresas apontadas como ativas no país pelo Ministério da Economia.
O dado mais recente, de outubro deste ano, mostra 523 milhões de chaves cadastradas, como emails, CPFs e números de celular. Cada usuário pode ter mais de uma chave.
O Pix já se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil. Respondeu por 27% das transações realizadas no segundo trimestre, à frente dos cartões de crédito (20%) e débito (19%). Em termos de volume financeiro, representou 11% dessa movimentação, ainda atrás da TED (43%), das transferências interbancárias (21%) e dos boletos (13%).
Desde que foi lançado, foram realizados 26 bilhões de Pix, movimentando R$ 13 trilhões. Nos últimos 12 meses, são R$ 9,5 trilhões transferidos, valor que equivale ao PIB (Produto Interno Bruto) estimado pelo BC para o Brasil no período.
Transferências entre pessoas físicas representaram 67% das operações e 39% do dinheiro movimentado no mês de outubro. O chamado “business to business” respondeu por apenas 3% do número de transações, mas alcançou 37% do volume de recursos.
A movimentação entre consumidores e empresas aparece com 30% das operações e 24% da movimentação financeira no mês mais recente.
Entre os próximos passos do Pix estão a sua expansão para outros países e a possibilidade de fazer transferências internacionais. Colômbia, Uruguai e Peru já mostraram interesse em desenvolver uma ferramenta nos mesmos moldes.
Segundo a Febraban (federação dos bancos), o Pix é aprovado por 85% dos brasileiros. Na avaliação da entidade, a ferramenta acelerou a revolução dos meios de pagamento no país.
Segundo pesquisa Datafolha realizada em junho, no estado de São Paulo, 30% acham a forma de pagamento nada segura, enquanto 47% a consideram um pouco segura.
Na maioria dos casos, os criminosos aproveitam da praticidade e agilidade da ferramenta —que permite transferências em tempo real— para fazer suas vítimas.
Há um ano, foi criado o mecanismo especial de devolução do Pix —que tem como objetivo reaver valores desviados por fraude ou golpe.
O BC pretende responsabilizar bancos que possuam contas laranjas —abertas por criminosos em nome de outras pessoas. Infratores utilizam dados de vítimas para abrir contas em bancos digitais, que são usadas para receber via Pix o dinheiro de outras pessoas que também são alvos de criminosos.
PIX
meio de pagamento criado pelo Banco Central
os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos (liquidação é em tempo real)
disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive feriados
realizado a partir de conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga em 734 instituições autorizadas pelo BC
gratuito para pessoa física pagadora
não há limite mínimo para pagamentos ou transferências
instituições e usuários podem estabelecer limites máximos
Próximos passos do Pix
QR Code gerado pelo pagador
Pix Garantido
Duplicata no Pix
Pix Internacional
Novas formas de iniciação (NFC; Bluetooth; RFID; Reconhecimento facial)
FONTE: Folha Online | FOTO: EBC