Projeto busca agilizar comunicação entre várias unidades da organização e ser um local para a condução de projetos educativos e de treinamento

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) começou a explorar a realidade virtual enquanto se prepara para reprimir uma lista crescente de “potenciais crimes” no metaverso.

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De acordo com um anúncio divulgado na quinta-feira, 20, a organização lançou o “primeiro metaverso projetado especificamente para aplicação da lei em todo o mundo” – apresentando-o na 90ª Assembleia Geral da Interpol na Índia. Ele já está totalmente operacional.

A Interpol destacou que um dos principais fatores por trás de sua incursão no metaverso se deve a criminosos que se aproveitam das novas tecnologias para cometer crimes. Além disso, projeta que as taxas de adoção pública dos espaços virtuais provavelmente aumentarão significativamente nos próximos anos.

“Os criminosos já estão começando a explorar o Metaverso. O Fórum Econômico Mundial […] alertou que golpes de engenharia social, extremismo violento e desinformação podem ser desafios particulares” do espaço, diz o anúncio.

Segundo a Interpol, “à medida que o número de usuários do Metaverso cresce e a tecnologia se desenvolve, a lista de possíveis crimes só se expandirá para incluir potencialmente crimes contra crianças, roubo de dados, lavagem de dinheiro, fraude financeira, falsificação, ransomware, phishing e agressão e assédio sexual”.

Pessoas já foram colocadas atrás das grades por suas ações no metaverso. No mês passado, um homem sul-coreano foi condenado a quatro anos de prisão por assediar sexualmente crianças no metaverso e atraí-las para enviar fotos e vídeos.

No evento, a Interpol também revelou planos para desenvolver uma divisão dedicada a reprimir crimes que envolvem criptomoedas. O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, destacou a necessidade da unidade específica, já que muitas agências policiais não estão equipadas para lidar com as complexidades do setor atualmente.

O diretor especial do Escritório Central de Investigações da Índia, Praveen Sinha, observou que se tornou cada vez mais difícil monitorar o cibercrime devido à sua natureza global, e que a coordenação é um fator chave para combatê-lo de forma mais eficiente.

“A única resposta [aos criminosos] é cooperação internacional, coordenação, confiança e compartilhamento de informações em tempo real”, disse Sinha.

O novo metaverso da Interpol permitirá que usuários registrados visitem a plataforma, façam um tour em uma “reprodução virtual da sede da Secretaria-Geral da Interpol em Lyon, na França” e participem de cursos de investigação forense, entre outras coisas.

A Interpol informou que seu metaverso fornecerá uma maneira mais simples e eficiente para que suas diversas equipes em todo o mundo se comuniquem e trabalhem umas com as outras. As ferramentas de educação e treinamento para estudantes e novos recrutas também foram destacadas.

FONTE: Exame | FOTO: Divulgação