O recurso obriga o usuário a fazer uma selfie de vídeo quando afirmar ter 18 anos ou mais

O Instagram deve lançar um sistema baseado em inteligência artificial para identificar a idade real dos usuários da plataforma. Brasil e Índia, dois dos principais mercados do Insta, que somam mais de 400 milhões de usuários mensais, serão contemplados na próxima rodada de testes, iniciada em meados de 2022 nos Estados Unidos.

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O recurso obriga o usuário a fazer uma selfie de vídeo quando afirmar ter 18 anos ou mais. A partir daí, entra em cena uma IA capaz de determinar a idade da pessoa com conforme os traços do rosto.

A tecnologia foi desenvolvida por uma startup especializada em escaneamento facial chamada Yoti. Assim que a pessoa faz o cadastro e declara a idade, uma tela fornece instruções sobre como a selfie deve ser realizada. Segundo a Meta, os dados são analisados pela IA e apagados na sequência.

Quem preferir, poderá enviar a carteira de identidade e aguardar a validação manual antes de ingressar. O Instagram deve publicar uma lista de documentos oficiais aceitos para a verificação.

Caso o escaneamento facial identifique um adolescente menor de 18 anos, a mídia social vai automaticamente configurar a conta com os mecanismos de segurança específico para esse público. Se o rastreamento constatar menos de 13 anos, a pessoa terá o pedido de cadastro bloqueado, conforme as diretrizes da plataforma.

Nos EUA, uma terceira metodologia foi testada: a garantia de outros usuários adultos. O sistema exige que três amigos com 18 anos ou mais atestem a sua idade. O pedido é enviado para uma lista de seis pessoas aleatórias e sem grau de parentesco, mas não está claro se esse terceiro modelo será aplicado por aqui.

Por que o Instagram não quer adolescentes na plataforma?
O sistema de proteção não é para barrar adolescentes da rede social, muito pelo contrário. O Insta sofre com a queda de popularidade entre os mais jovens, por isso investe em várias maneiras de recuperar a confiança deles, sendo tais mecanismos de segurança um dos principais vieses.

Esse sistema visa dois usos básicos:

ajudar adultos se registraram como adolescentes por engano e tentam inserir a idade correta;
impedir adolescentes que tentam contornar as restrições mudando a data de nascimento.
Muitos adolescentes querem trocar a idade ao descobrir as limitações do perfil. Hoje, pessoas entre 13 e 17 anos têm recursos exclusivos, como o perfil automaticamente privado e impossibilidade de receber mensagens diretas de desconhecidos, para evitar abuso, bullying, exploração sexual e outras práticas nocivas.

Instagram luta contra entrada de menores
A rede social planeja expandir esse programa de verificação de idade para o Reino Unido e na sequência para a União Europeia antes do final do ano. O lançamento ocorre no momento em que cresce o temor de entrada de menores de 13 anos na plataforma. Esse público é extremamente vulnerável, pois, além da inocência, ficam à mercê de pedófilos, exploradores e chantagistas.

Diferenciar um adulto de um adolescentes pelas características faciais não é tão difícil assim, mas será que o sistema consegue saber quem tem 16 anos e quem tem 18, por exemplo? Lá no começo do experimento, a tecnologia se mostrou bastante falha, a ponto de uma pessoa ter conseguido burlar o mecanismo com o rosto de uma boneca. Espera-se que agora tudo esteja arrumado para a correta identificação.

A Meta está no centro das atenções de pais e responsáveis desde os sucessivos casos envolvendo a autoimagem de adolescentes e um possível efetivo negativo das redes sociais. A empresa trabalha com afinco para trazer ferramentas e mecanismos de prevenção, mas os opositores veem tais medidas como ineficientes.

A rede social agora solicita que todos os cadastrados configurem suas datas de nascimento, o que chegou dar problema para empresas. Mas só isso não é suficiente, afinal basta mentir no ano do nascimento para entrar.

Na semana passada, veio à tona o caso de uma adolescente do Reino Unido morreu após supostos “efeitos negativos” causados pelo Instagram. Apesar de a morte estar ligada às mutilações, o legislista disse que não seria seguro classificar a morte como suicídio, já que ela teria sido exposta a conteúdos que normalizaram a prática.

FONTE: Canaltech | FOTO: Reuters