Janaína foi a primeira travesti do país a obter uma carteira profissional da Ordem dos Advogados do Brasil
Nesta terça-feira (30), o Doodle do Google homenageia a ativista social cearense Janaína Dutra, a primeira travesti do país a obter uma carteira profissional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Vítima de câncer de pulmão em 2004, aos 43 anos, ela completaria hoje 61 anos.
Leia também: Eduardo Bolsonaro perde processo para youtuber que disse querer a sua morte
Janaína Dutra nasceu em Canindé, uma cidade no norte do estado do Ceará, no dia 30 de novembro de 1960. Aos 14 anos, a travesti teve sua sexualidade descoberta pela família, que jamais parou de apoiá-la. Foi nesta época, porém, que ela começou a ser vítima de homofobia no dia a dia.
E teria sido a partir da insatisfação com o preconceito diário que Dutra decidiu cursar Direito na Universidade de Fortaleza (Unifor), na qual se formou em 1986. Foi quando ela se tornou a primeira transexual graduada aceita como membro da OAB.
Uma carreira dedicada à causa LGBTQIA+
Ainda na década de 1980, Dutra começou a dedicar sua carreira em campanhas de prevenção do HIV no Brasil, especialmente na comunidade transgênero, com apoio do Ministério da Saúde. No mesmo período, a advogada participou da construção do Grupo de Apoio Asa Branca (GRAB), importante marco no movimento da livre orientação sexual no Ceará.
Dutra foi a primeira presidente da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC), que ajudou a fundar ao lado da travesti Thina Rodrigues. A organização sem fins lucrativos tinha foco no desenvolvimento do apoio social e jurídico para a comunidade LGBTQIA+.
Ao longo da vida, Dutra ficou conhecida por sempre carregar uma cópia da lei anti-homofobia aprovada em Canindé. A ativista movimentou inúmeras palestras, conferências, seminários e debates na defesa da igualdade.
Desde 2011, Dutra dá nome ao Centro de Referência LGBTQIA+ do município de Fortaleza, uma unidade pública que concede serviços de proteção e defesa dessa comunidade em situação de violência devido à homofobia.
FONTE: Canaltech via Google | FOTO: Reprodução Google