Segundo reportagem do NeoFeed, status da companhia tem registrado crescimento mesmo durante pandemia, sobretudo no meio digital

Uma das meninas dos olhos do mercado de capitais nos últimos anos, o Magazine Luiza vem confirmando esse status mesmo na pandemia. E o resultado do segundo trimestre de 2020 só reforçou essa posição, com a companhia reportando um avanço de 29,3% na receita líquida, para R$ 5,56 bilhões. A informação está no portal de tecnologia NeoFeed.

O trimestre trouxe um prejuízo de R$ 64,5 milhões, contra um lucro líquido de R$ 386,6 milhões, divulgado um ano antes. Porém, mesmo esse desempenho na última linha do balanço foi superior às expectativas do mercado.

As vendas digitais, um destaque recorrente no resultado da varejista, ganharam ainda mais relevância com a Covid-19. No e-commerce, que representou 78,5% da receita total no período, o crescimento foi de 182%. Já no marketplace, o salto foi de 214%.

Para seguir agradando os investidores, além de atrair cada vez mais cliques e compras dos internautas, o Magazine Luiza quer seguir enchendo o seu próprio carrinho.

“Nós fizemos uma captação enorme no fim do ano passado para fazer aquisições. Não seguimos esse caminho no primeiro semestre pois não achamos adequado com a pandemia”, disse Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, em teleconferência com analistas. “Mas estamos retomando essa estratégia com força para comprar ativos estratégicos e cobrir gaps do nosso ecossistema.”

Para levar à frente esse direcionamento, a empresa está com a carteira recheada. Em novembro, a companhia captou R$ 4,7 bilhões em um follow on. E encerrou o segundo trimestre com um caixa líquido de R$ 5,8 bilhões, após gerar um caixa operacional de R$ 2,2 bilhões no período.

A nova temporada teve início no fim de julho, com a aquisição da Hubsales. Dona de uma plataforma que viabiliza as vendas diretas das fábricas para consumidores, a empresa está instalada em Franca, cidade do interior de São Paulo e “terra natal” do Magazine Luiza.

“A Hubsales tem 700 mil pedidos processados anualmente e ajuda o consumidor a pagar mais barato, ao mesmo tempo em que a fábrica vende com uma margem melhor”, afirmou Trajano. “Vamos focar inicialmente em moda e calçados, mas a ideia é levar a plataforma para outros polos industriais e explorar outras categorias.”

Já no início de agosto, o Magazine Luiza voltou às compras com as aquisições do Canaltech, site de conteúdo de tecnologia, e da plataforma de mídia da In Loco. Os acordos marcaram a entrada da empresa no segmento de publicidade online, combinando geração de conteúdo e audiência. “Temos um potencial enorme de monetizar 80 milhões de visitantes únicos na nossa plataforma”, disse Trajano.

As novidades no pacote encorpam uma estratégia que começou a ganhar visibilidade em 2013, com a compra do site Época Cosméticos. Desde então, o Magazine Luiza investiu em ativos como o marketplace de livros Estante Virtual, a Logbee, de logística, e a Netshoes, de artigos esportivos.

Nesse último acordo, que envolveu ainda a incorporação da Zattini, e-commerce de moda, a empresa travou uma intensa disputa com a Centauro nos primeiros meses de 2019. E na continuidade desses esforços, Trajano destacou o olhar amplo do Magazine Luiza por novas aquisições.

“Nós olhamos qualquer área, desde novas categorias, superapps, entrega mais rápida, crescimento exponencial do marketplace e dos serviços ofertados aos sellers”, afirmou Trajano. Ele não descartou, inclusive, a compra de ativos ligados a operações offline. “Não temos preconceito. Nosso espectro é amplo e, por isso, não se surpreendam com nada.”

Além do encaixe na estratégia, alguns critérios, no entanto, unem a busca por esses ativos. O Magazine Luiza realiza due diligences em três frentes: a área financeira, a cultura da empresa e também sua maturidade tecnológica. “Se a tecnologia é muito ruim não entramos. Não queremos perder tempo com legado pesado”, afirmou Trajano.

FONTE: NeoFeed | FOTO: Pixabay