Pressionado pela proximidade da eleição presidencial dos Estados Unidos que acontecerá em novembro de 2020, o Facebook revelou que vai tomar uma postura um pouco diferente do Twitter sobre o discurso político. A rede social não vai incluir os posts feitos por políticos e candidatos nos passíveis de checagem de fatos (com exceção daqueles que compartilham mídias) e posts que violam as regras serão mantidos, a menos que incitem a violência ou que possam provocar outros danos aos usuários e à sociedade. A informação está no portal de tecnologia Ada.

Meses atrás, o Twitter anunciou normas a serem seguidas pelo microblog para permitir que tweets de políticos fiquem disponíveis, mesmo quando ferem os termos de uso da rede social, mas rotulados como problemáticos. De lá para cá, ficou decidido que um alerta aparecerá quando o tweet violar uma regra e o usuário que visitar a conta terá o direito de escolher ver ou não o conteúdo.

O Facebook afirma que conta com parceiros verificadores de fatos para ajudar a reduzir a disseminação de notícias falsas e outros tipos de desinformação viral, como memes ou fotos e vídeos manipulados — os já famosos deepfakes.

No entanto, os executivos não acham apropriado arbitrar debates políticos e impedir que o discurso de um político atinja seu público e seja sujeito a debate e escrutínio. Por isso, posts feitos pelos políticos em campanha não passarão pelo programa de verificação de fatos de parceiros.

“Isso significa que não enviaremos conteúdo orgânico ou anúncios de políticos a nossos parceiros de verificação de fatos para revisão”, explicou Nick Clegg, executivo que é vice-presidente responsável por Relações Globais e Comunicações do Facebook.

No entanto, quando um político compartilhar um conteúdo formado por links, vídeos e fotos, a rede social pode rebaixar esse conteúdo, exibir informações relacionadas de verificadores de fatos e rejeitar sua inclusão em anúncios caso tenha sido desmentido.

“Temos a responsabilidade de proteger a plataforma contra interferências externas e garantir que, quando as pessoas nos pagarem por anúncios políticos, a tornemos o mais transparente possível. Mas não é nosso papel intervir quando os políticos falam”, afirmou.

Clegg foi vice-primeiro-ministro do Reino Unido entre 2010 e 2015 e discursou sobre as práticas do Facebook para o debate político em 24 de setembro, durante o Atlantic Festival, em Washington, nos Estados Unidos.

FONTE: Ada | Foto: Pixabay

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