
Jovens gostariam que ida ao escritório fosse possível, mas não obrigatória
O retorno ao escritório após quase dois anos de trabalho remoto tem deixado os jovens da geração Z divididos. Se, por um lado, eles sentiam falta de ter uma comunicação próxima com a equipe, por outro, gostariam de continuar tendo flexibilidade para trabalhar em qualquer hora e de qualquer lugar. A matéria completa da Folha Online pode ser lida aqui.
Um estudo do LinkedIn de 2021 sobre a percepção dos jovens da geração Z —de 16 a 24 anos— em relação ao mercado de trabalho e os possíveis impactos da pandemia mostra que 72% desses profissionais sentem que o trabalho remoto prejudicou o desenvolvimento e o aprendizado de habilidades comportamentais.
A pesquisa foi feita com mil profissionais que trabalhavam presencialmente, mas tiveram que se adaptar ao home office por conta das restrições da pandemia.
Uma das habilidades que mais teriam prejuízo com o home office seria a comunicação, citada por 62% dos entrevistados. Para Pietra Bertonha, 22, representante de desenvolvimento de vendas na Alice, startup de saúde, essa falta de comunicação com a equipe foi o que levou a empresa a pensar em uma forma de manter o contato mesmo a distância.
“Nós fazemos chamadas de vídeo o tempo todo. Então, a gente se comunica pela plataforma e permanecemos em reunião como se estivéssemos juntos [presencialmente]”, diz.
Além disso, ter essa proximidade ajudou Pietra nos primeiros dias do emprego. Segundo ela, com esse recurso fica mais fácil tirar dúvidas com seu gestor de maneira pontual.
Embora sinta falta do contato presencial, Pietra prefere o home office, porque ela vive em Dobrada (a 320 km de São Paulo) e a empresa onde atua está em São Paulo. Assim, trabalhar em casa é mais confortável e econômico.
Na pesquisa do LinkedIn, a segunda habilidade comportamental que teria sido prejudicada pela pandemia, segundo os jovens, foi inteligência emocional (48%).
Para Laura Kroeff, vice-presidente da Box1824, consultoria de tendências que estuda comportamentos emergentes na sociedade, a geração Z já tem uma certa dificuldade de lidar com as emoções.
“O isolamento social para eles foi um choque muito grande. É uma geração que está exposta às redes sociais desde muito cedo”, afirma.
O estudo do LinkedIn também mostrou que 7 em cada 10 jovens da geração Z acreditam que a pandemia pode interferir no crescimento da carreira.
Alguns profissionais já estão vivenciando esse impacto por não conseguirem fazer networking, ou seja, ter uma rede de contatos.
Sofia Levy, 24, estrategista de marca na Neon, startup na área de finanças, está em home office desde fevereiro de 2020. Após um ano trabalhando em casa, sente esse prejuízo.
“Você não conhece ninguém fora da sua equipe. Não pode tomar um café e conhecer uma pessoa de outra área que vai falar ‘nossa, que negócio legal, porque que eu não pensei em fazer isso?’. Se eu quiser mudar de carreira agora para algo que brilhe meus olhos, tenho que ter contato com outros profissionais”, diz.
FONTE: Folha Online | FOTO: Adobe Stock