Em discurso no plenário, Frederico D’Ávila (PSL) chamou papa Francisco de ‘vagabundo’ e arcebispo de Aparecida de ‘safado’. Nesta terça, as cinco representações que pedem punição por quebra de decoro foram aprovadas e unificadas; próximo passo é a escolha de um relator para o caso.
O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) abriu nesta terça-feira (23) o processo que vai analisar uma eventual punição do deputado Frederico D’Ávila (PSL), que ofendeu o papa Francisco há dois meses, no feriado de Nossa Senhora Aparecida.
A decisão foi tomada após ter sido adiada por duas vezes devido a obstrução do andamento do caso com “pedidos de vista” por deputados que integram o órgão e que alegavam a necessidade de analisar melhor os pedidos de punição.
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Nesta terça, o próprio Frederico D’Ávila e o correligionário dele, Adalberto Freitas (PSL), interromperam a reunião do Conselho de Ética por inúmeras vezes, com diversos questionamentos, embora todos já estivessem com as cinco representações e com a defesa prévia do parlamentar em mãos há semanas.
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Como uma das representações, de autoria do deputado Raul Marcelo (PSOL), já havia sido aprovada, os deputados do órgão aprovaram as outras quatro, e, em seguida, decidiram por unificar todas elas, já que tratam do mesmo assunto e pedem punição por quebra de decoro.
De acordo com a presidente do Conselho de Ética, a deputada Maria Lucia Amary, os integrantes do órgão receberão nesta quarta-feira (24) o nome do relator do caso.
Entenda
No feriado de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, afirmou durante a principal missa das comemorações no santuário que “para ser pátria amada não pode ser pátria armada”.
No mesmo dia, em um discurso no plenário da Alesp, o deputado Frederico D’Ávila fez referência a este discurso, e promoveu as ofensas ao papa e ao arcebispo.
Em um discurso no plenário da Alesp, ele chamou o papa de “vagabundo”, o arcebispo de Aparecida de “vagabundo” e “safado”, os religiosos da Igreja Católica de “pedófilos safados” e disse que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) “é um câncer”.
FONTE: G1 | FOTO: Reuters