De acordo com a funcionária, ela chegou até mesmo a ser agarrada por trás por um outro empregado
Depois de ter que se defender nos tribunais de uma acusação de racismo contra um funcionário, agora a Tesla, empresa de Elon Musk, terá de responder sobre assédio sexual. A responsável pela ação contra a montadora se chama Jessica Barraza, contratada para trabalhar na fábrica de Fremont, na Califórnia, em 2018. De acordo com o processo aberto por ela no Tribunal Superior da região, tanto ela quanto outras colegas do sexo feminino eram constantemente sujeitas a uma “cultura generalizada de assédio sexual”.
“Quase todos os dias, durante três anos, minhas colegas de trabalho e eu fomos objetificadas, ameaçadas, tocadas e apalpadas dentro da fábrica”, revelou Barraza em e-mail enviado à redação do The Verge.
De acordo com a funcionária, ela chegou até mesmo a ser agarrada por trás por um outro empregado, no fim de setembro, e essa teria sido a gota d’água. Segundo Barraza, o clima para mulheres que trabalham na Tesla é similar ao de um canteiro de obras, local que é reconhecidamente ocupado por trabalhadores do sexo masculino e constantemente palco de situações de cunho machista.
“O espaço da fábrica da Tesla se assemelha mais a um canteiro de obras ou fraternidade arcaica do que a uma empresa de ponta no coração da progressiva área da baía de São Francisco. Não é justo comigo, com minha família, com outras mulheres que trabalham lá”, disse a denunciante.
Esta não é a primeira vez que a Tesla tem de responder na Justiça por problemas de assédio sexual. Em 2017, a engenheira AJ Vandermeyden alegou que ela e outras funcionárias tiveram promoções negadas, ganhavam menos do que seus colegas do sexo masculino e enfrentaram retaliação quando contataram os recursos humanos com suas preocupações.
Assim como ocorreu há quatro anos, a Tesla não se posicionou contra as acusações.
FONTE: Canaltech | FOTO: Arnd Wiegmann / REUTERS