A IDC Brasil, responsável pelos números, afirma que a queda para o mercado de celulares foi menor do que o esperado. Em um cenário provável, a consultoria projetava uma redução de 19% nas vendas
A venda de celulares no Brasil fechou o ano de 2020 com uma queda de 8%, em comparação com 2019, e 48.744.173 de aparelhos vendidos. O país seguiu a tendência do mercado global de celulares, que caiu 7%. Apesar do declínio, a IDC Brasil, responsável pelas estatísticas, afirmou que os números de 2020 foram melhores do que o esperado. A informação é da Telesintese.
A consultoria projetou três cenários logo no início da pandemia: otimista, pessimista e provável. O cenário provável estimava uma queda de 19%. “O celular se mostrou como um dispositivo ainda mais indispensável e iniciativas de fomento ao consumo, como a liberação do auxílio emergencial, equilibraram a categoria”, justificou o analista de pesquisa e consultoria em Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, Renato Murari de Meireles.
A receita total do mercado de celulares no Brasil chegou a crescer, alcançando R$ 71,7 bilhões. Isso representa um aumento de 16% em relação a 2019. Dos aparelhos vendidos em 2020, 46.176.185 foram smartphones e 2.567.988 feature phones. Os grupos tiveram uma queda na venda de 6% e 34%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
Esses volumes de vendas englobam os aparelhos comercializados no mercado cinza (3,8 milhões de smartphones e 204 mil feature phones), que também registraram queda a partir do 3º trimestre. Também no quarto trimestre, a venda dos feature phones de entrada ilegal no país ou falsificado diminuiu 64% e dos smartphones 48%.
Entre outubro e dezembro de 2020, foram vendidos 13.390.500 milhões de aparelhos, 7% a menos do que no mesmo período de 2019. Desse total, foram 11.927.642 smartphones no mercado oficial e 702.558 no mercado cinza. Já os feature phones foram 717.646 no mercado oficial e 42.654 no cinza. No período, a receita foi de R$ 20,5 bilhões, 19% maior do que no 4º trimestre do ano passado.
O QUE REPRESENTAM OS NÚMEROS
De acordo com o Renato Murari de Meireles, os resultados de 2020 refletem o cenário de aceleração tecnológica, alta do dólar, comportamento dos entrantes na era digital e hábitos do usuários em relação a compra de aparelhos. O ticket médio, por exemplo, cresceu 24% em 2020, mas não passou de 3% em 2019.
No segundo semestre, o mercado apontou um crescimento em V devido à rápida recuperação da economia após a reabertura do comércio, segundo o analista. Em nível global, a demanda inesperada pelos aparelhos chegou a provocar uma crise de abastecimento, com falta de componentes na indústria.
Um dos casos mais conhecidos de desabastecimento foi o da Apple, que passou por uma baixa em seus estoques dos chips responsáveis por gerenciar o uso de bateria no iPhone 12. Por conta da quebra da cadeia de suprimentos e de uma cultura brasileira bastante voltada para as lojas físicas, a Black Friday, também, foi mais fraca do que em anos passados.
Para 2021, a IDC Brasil projeta um crescimento tímido de 3% no mercado oficial e 4,5% no mercado cinza, devido ao aumento do dólar e à desconfiança do consumidor . Além disso, a procura por smartphones deve aumentar ante o declínio dos feature phones.
FONTE: Telesintese | FOTO: Por Pixabay