O advogado que defende os nove militares do Exército presos por participarem da ação que resultou na morte do músico Evaldo Rosa, no Rio, será condecorado pelo Ministério da Defesa. O nome dele consta da lista publicada no DOU (Diário Oficial da União) na terça-feira (16). O carro em que estava a vítima recebeu 80 disparos de metralhadora. A informação está no portal da Folha de S. Paulo.
Paulo Henrique Pinto de Mello, que defende o grupo, vai receber a Medalha da Vitória, em alusão ao papel do Brasil na Segunda Guerra Mundial e em missões de paz. Segundo o Ministério da Defesa, a condecoração ao advogado havia sido definida antes de ele assumir o caso dos militares que mataram Evaldo.
Segundo a Folha, Paulo Henrique é uma das 300 pessoas que deverão receber a honraria, normalmente concedida a ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial ou de missões de paz, além de civis que tenham prestado serviços relevantes na avaliação do Ministério da Defesa. Cabe ao Ministro da Defesa validar a lista de condecorados.
A portaria com os nomes dos condecorados foi assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, no dia 12 de abril. A Folha de S. Paulo lembra que dois dias antes, diante de deputados federais na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o ministro classificou a morte de Evaldo como um “lamentável incidente” e disse que o Exército iria “apurar e cortar na própria carne”.
Além de advogado, Paulo Henrique é militar da reserva. Ele atua em áreas como direito eleitoral e na Justiça Militar.
Há pouco mais de uma semana, ele vem atuando na defesa de um grupo de nove militares que confessaram ter matado Evaldo a tiros na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, na zona norte do Rio. A morte aconteceu na tarde do dia 7 de abril. Os militares disseram que confundiram o carro do músico com o de criminosos.
“O senhor Paulo Henrique Pinto de Mello é militar da reserva, trabalha, há anos, em escritório de advocacia que atende militares e familiares de militares das Forças Armadas”, disse o ministério ao ser perguntado sobre qual o motivo da condecoração ao advogado.
O órgão também disse que a decisão de condecorar o advogado aconteceu antes de ele assumir a defesa dos militares no Rio. “A proposta da comenda foi feita antes de 15 de março, seguindo os processos internos do Ministério da Defesa”, afirmou.
FONTE: Folha de S. Paulo | Foto: Pixabay