Mais de 90% dos magistrados brasileiros são favoráveis ao ‘plea bargain’, o sistema que está no projeto da lei anticrime apresentado na semana passada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, e 80% dos juízes do País são favoráveis à prisão após condenação em segunda instância. Estas são apenas duas das inúmeras constatações trazidas pela pesquisa nacional “Quem somos – a magistratura que queremos”, divulgada oficialmente pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) na segunda-feira (11), no Rio de Janeiro.
A pesquisa ouviu mais de quatro mil membros da classe, entre magistrados, ativo e inativos, e ministros dos tribunais superiores e do Supremo Tribunal Federal (STF). Coordenaram a sondagem o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luis Felipe Salomão, e a vice-presidente institucional da AMB e presidente da Amaerj, Renata Gil.
Os dados foram apresentados pelo presidente da AMB, Jayme de Oliveira. A apresentação foi acompanhada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que recebeu oficialmente o estudo idealizado pela Associação. “O trabalho começa agora. Com base nesses resultados teremos a oportunidade de nos aprofundar e avaliar medidas efetivas para o aperfeiçoamento da Justiça brasileira”, disse Jayme de Oliveira.
A consulta aos juízes foi conduzida pelos sociólogos Luiz Werneck Vianna, Maria Alice Rezende de Carvalho e Marcelo Baumann Burgos, da PUC-Rio, que também se pronunciaram e analisaram os resultados.
“A ideia agora é abrir o debate. Nossa proposta é colocar transparência e tirar elementos que possam possibilitar políticas associativas e públicas pela visão dos juízes”, disse o ministro Salomão.
Para Renata Gil, o trabalho realizado servirá como fonte de informação para a sociedade e até mesmo como base para teses e pesquisas. “Temos em mãos um rico material que servirá de base para outros estudos, para sabermos exatamente quem somos hoje e como queremos nos ver no futuro. Como sempre digo, a instituição Poder Judiciário é gigante, e meu respeito por ela é infinito. Entretanto, mais importante que ela, são os homens que a compõem, que dedicam suas vidas para entregar justiça”, frisou.
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FONTE: Foto: Reprodução Internet | AMB