Familiares de vítimas da Boate Kiss ainda aguardam punição aos culpados, seis anos depois da tragédia em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul. No domingo passado (27), para marcar o sexto ano do incêndio que matou 242 pessoas, familiares e amigos das vítimas promoveram passeata e cobraram providências das autoridades.
Segundo reportagem do Estadão Conteúdo, reproduzida pelo jornal Estado de Minas, a manifestação seguiu até a frente da boate. Lá, houve vigília e orações. Tanto quanto lembrar os mortos, parentes aguardam punição aos culpados. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Associação das Vítimas da Boate Kiss, Sérgio da Silva, lamentou a morosidade das autoridades.
“”Depois de seis anos de procura por justiça, nada evoluiu, nada mudou. Procuramos todas as instituições possíveis, como a Procuradoria Geral da República, Supremo Tribunal Federal, Conselho de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e, infelizmente, nada. Ainda temos um processo contra o Estado Brasileiro na Corte Internacional de Direitos Humanos, mas, até agora, não tivemos resposta nenhum”, disse. Sérgio da Silva é pai de Augusto Sergio da Silva, que morreu durante o incêndio quando tinha 20 anos.
De acordo com o Estado de Minas, ainda não se sabe se os quatro acusados pelas mortes das 242 pessoas – os ex-proprietários da boate Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann e os músicos Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos – irão a júri popular ou serão julgados por um juiz único.
A decisão da Justiça de Santa Maria, destaca o jornal, foi mandar os réus a júri popular. No entanto, a defesa dos réus recorreu e o Tribunal de Justiça do Estado determinou que eles sejam julgados por um magistrado.
De acordo com o portal G1 Rio Grande do Sul, o processo criminal da tragédia ainda não tem data para acontecer e aguarda uma definição sobre recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O Ministério Público do RS e as famílias tentam reverter uma decisão do Tribunal de Justiça do RS, que afastou o Tribunal do Júri do caso. Com isso, os réus seriam julgados por um juiz e não por voto popular.
FONTE: Estado de Minas e G1RS | Foto: Reprodução Internet/Terra