Caio Temponi quer tentar o vestibular do ITA. Mas nem só de estudo vive o garoto, que consegue conciliar vida educacional e pessoal

O dia de Caio Temponi começa cedo. Às 7h30 ele já está de pé. No café da manhã, gosta de comer uma fruta, um cereal ou até mesmo torradas com ovo – o prato de desjejum favorito dele. Por volta das 8h, entrega-se aos estudos, que compõem a maior parte do dia do garoto.

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Caio tem 14 anos. Aos 12 passou pela primeira vez no vestibular, na Escola Preparatória dos Cadetes do Ar (Epcar), uma instituição da Força Aérea que prepara jovens para seguirem a carreira militar e se tornarem oficiais.

Depois disso, o jovem passou a colecionar aprovações em universidades. Já passou em direito, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e medicina, na Universidade de Fortaleza (Unifor), todas em 1º lugar.

Quando as pessoas ouvem a trajetória de aprovações de Caio, brincam que ele é “o terror dos primos”. “Muitos falam que não gostariam me ter como primo, mas os meus não ligam muito para isso”, comenta o adolescente com bom humor.

Caio gosta muito de carne. No almoço, adora um frango ou uma carne em geral. A favorita? Uma boa picanha suculenta.

Entra no colégio às 13h e sai só às 22h. Diz que não se sente cansado com essa rotina. Estuda, lancha e janta no róprio colégio, que é preparatório para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), um dos processos seletivos mais difíceis do Brasil. Passar nessa prova é o próximo objetivo do garoto.

Ele vem avançando séries desde o fundamental. A mãe, Laurismara, relata que, quando ele estava no jardim de infância, todos já viam que ele era mais avançado que a série. Aos três anos já lia e recitava de cor as tabuadas. Ela lembra de uma situação divisora de águas para ela brigar para avançar os anos de estudo.

Aos 6 anos, todos os alunos estavam saindo da escola com as camisetas do uniforme autografadas. É tradição, em especial nos anos finais dos ensinos fundamental e médio, que no fim das aulas os amigos assinem os nomes nas camisas dos mais chegados. Com pouca idade, a tradição apareceu na turma. Ocorre que os alunos não sabiam escrever. Era Caio que assinava pelos colegas as camisetas.

Naquele momento, Laurismara decidiu abraçar a causa, já que o menino era à frente dos padrões de conhecimento da classe. Ele tem um QI, índice de inteligência, mais alto que 99% da população mundial. Não cursou o 1º ano do fundamental, pulou para o 2º. Não fez o 3º, foi para o 4º. Depois, pulou do 7º para o 9º. No último salto, acabou no 3º ano do ensino médio, onde está.

O dia dele poderia até parecer penoso, se ele não achasse prazer nos estudos. Desde cedo gostava de aprender. Os pais ajudaram, naturalmente, mas nada funcionaria se ele não encontrasse a felicidade nos livros. “Quanto mais você estuda, mais você gosta de estudar, é natural ao longo do tempo”, ele pontua.

Apesar de estar séries à frente de adolescentes da idade dele, garante que não se sente deslocado. Ele se dá bem com todos os colegas, mais velhos ou na mesma faixa etária. A mãe lembra que nas aulas, ele se relaciona com os colegas mais velhos. Mas nos intervalos prefere passar o recreio com os amigos da mesma idade dele.

Além dos estudos, prioridade na vida dele, Caio também leva uma vida normal de garoto. Gosta de jogar futebol, xadrez e pingue pingue. Curte sair, ir ao shopping e ao cinema. Os gêneros de filmes que mais gosta são ação, ficção científica e aventura. E recomenda um título para quem tem gostos assim: O Preço do Amanhã, de 2011.

Também adora ouvir um pop. Caio é muito fã de Ed Sheeran, e aponta duas como favoritas: Galway Girl e Shape of You, duas das mais famosas do britânico.

“Algumas pessoas pensam que eu acordo, almoço e durmo estudando. Mas eu gosto de sair com amigos, tenho meus hobbies, é natural”, ele desabafa.

Ele é uma criança normal, no fim das contas. “Se você vir, ele é adulto na inteligência e estudos, mas ele é criança. Qualquer papel jogado vira bola no pé dele. Ele tem o compromisso e estuda na hora de estudar, mas ele tem o momento de diversão”, diz a mãe.

Nessa rotina muito ocupada, Caio ainda arruma tempo para criar conteúdo digital. Tem um canal no You Tube e um perfil no Instagram. Nessas páginas, compartilha dicas de estudo. A inspiração para compartilhar o que sabe veio quando apareceu no Programa Silvio Santos, do SBT.

Sobre o futuro, Caio ainda não se decidiu por completo. Ele é novo, no fim das contas. Mas já tendo sido aprovado em Direito e Medicina, diz que tende a escolher algo nessas áreas.

FONTE: Metrópoles | FOTO: Arquivo pessoal