ICMBio havia embargado a obra por risco à região onde foi encontrado o crânio de Luzia
A filial brasileira da cervejaria holandesa Heineken desistiu do seu projeto de construir uma fábrica em Pedro Leopoldo (MG), distante 42 quilômetros de Belo Horizonte. O projeto, com investimentos declarados de R$ 1,8 bilhão, havia sido barrado em setembro pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
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Na avaliação do instituto, a construção da nova fábrica poderia causar danos à região onde foi encontrado o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas. A captação de água do subsolo para produzir a cerveja geraria grande impacto nos lençóis freáticos e no complexo de grutas e cavernas da região, que correria o risco de ser soterrado.
Ainda assim, no início de outubro, a Heineken conseguiu na Justiça de Minas Gerais uma liminar para retomar as obras da cervejaria. A liminar foi deferida pela 12ª Vara Federal Cível e Agrária da SJMG (Seção Judiciária de Minas Gerais), após mandado de segurança impetrado pela empresa.
Nesta segunda-feira (13), porém, a companhia anunciou a desistência do projeto. “Seguimos todos os ritos para obter a licença ambiental e temos autorização judicial para construir a cervejaria, o que demonstra a legalidade do processo”, disse Mauro Homem, diretor de assuntos corporativos da Heineken, em conversa com jornalistas.
“Mas nossa permanência no local ainda divide opiniões e, para seguirmos adiante, seria preciso dedicar mais tempo para realizar novos estudos. Por tudo isso, tomamos a decisão de buscar outra área que atenderá a demanda dos próximos anos”, afirmou.
FONTE: Folha Online | FOTO: Divulgação