Segundo o jurista, 18 advogados e médicos subscrevem o documento que foi protocolado na Câmara

Acompanhado de três senadores do chamado G7, grupo de senadores oposicionistas e considerados independentes que atuou na CPI da Covid, o jurista Miguel Reale Júnior entregou um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao lado de Miguel Reale Júnior, estavam os senadores Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que atuou como vice-presidente da comissão, e Renan Calheiros (DEM-AL), que produziu o relatório final. A informação é do Uol.

Segundo o jurista, 18 advogados e médicos subscrevem o documento que foi protocolado na Câmara. A peça utilizou provas coletadas pelo colegiado que atuou no Senado sendo, segundo o Reale Júnior, o “conjunto da obra” durante a pandemia do novo coronavírus a basear o documento. “O presidente nada mais fez do que conspirar contra a própria lei que ele tinha promulgado (Lei nº 13.979, que estabelecia um plano de combate à pandemia). E isso ele fez promovendo aglomerações, com o risco de contaminação”, afirmou.

Miguel Reale Júnior também disse que, ao mesmo tempo em que o presidente “sabotava” as medidas de combate à doença, Bolsonaro “fazia chacota da dor alheia”. “Era o desprezo à vida, era a afronta à vida e a despreocupação à mortandade que veio, além de demonstrar um ‘remédio salvador’ que era a cloroquina (medicamento comprovadamente ineficaz contra a covid-19)”, disse.

O advogado também declarou que o presidente Bolsonaro chegou a defender a não vacinação da população e que “agiu sempre em conspiração contra a vacina”. “Não houve uma imprudência, não houve uma negligência, o que houve foi um caso pensado. Era um caso pensado no sentido de não seguir o que a ciência determinava, mas sim o objetivo único de culpar outros órgãos da administração, como os governos estaduais e municipais, pelos prejuízos à economia”, declarou.

Questionado pela imprensa, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) contou que os ex-integrantes da CPI não chegaram a procurar o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que integra a base governista e a quem cabe aceitar inicialmente o pedido de impeachment. O documento é assinado por 17 juristas, entre eles Miguel Reale Júnior, Sylvia Helena de Figueiredo (ex-juíza do Tribunal Penal Internacional) e Alexandre Lima Wunderlich (professor da PUCRS, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), e o médico Miguel Roberto Jorge, ex-presidente da Associação Médica Mundial.

FONTE: Uol | FOTO: Alan Santos (PR)