Além de resolver problemas estruturais, o dinheiro também deverá realizar mudanças nos auditórios utilizados para atividades de ensino
O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) deve ganhar uma fachada nova neste mês, após a doação milionária do advogado Orlando Di Giacomo, sócio do escritório Demarest. Antes de morrer em 2012, aos 72 anos, vítima de um câncer de pulmão, Di Giacomo deixou uma doação de R$ 8,2 milhões para o hospital, que agora poderá ser utilizada, depois de todos os trâmites legais para a liberação do montante.
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Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Di Giacomo não tinha filhos e a experiência de três anos enfrentando a doença, somada ao convívio com o médico Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, foram as chaves que abriram as portas para despertar o interesse pela oncologia. A doação foi realizada em 2012: uma foi para o hospital do SUS (Sistema Único de Saúde) e outra para o Hospital Sírio-Libanês, onde recebeu o tratamento. Ambas equivalem a 90% do seu patrimônio.
“Foi uma grande surpresa”, disse o oncologista Hoff, ao jornal. “Ele era um paciente agradável, bom de conversa. Demonstrava curiosidade pelos tratamentos e preocupação social, mas nunca revelou que faria um gesto dessa magnitude.”
A doação só foi concretizada em 2019, anos após o inventário de Di Giacomo ficar pronto. A disposição do dinheiro chegou justamente em um momento em que o hospital, maior centro especializado em oncologia da América Latina, precisava realizar procedimentos de manutenção.
“A realidade brasileira é de apertos orçamentários. É difícil conseguir recurso público para trocar fachada, embora a obra fosse necessária. Como houve essa benesse, pudemos realizá-la sem ter de mexer no orçamento destinado ao tratamento dos pacientes”, disse Hoff. Segundo ele, o revestimento de pastilhas do edifício estava se desprendendo, o que poderia ocasionar infiltrações.
Além de resolver problemas estruturais, o dinheiro também deverá realizar mudanças nos auditórios utilizados para atividades de ensino. Ainda, segundo a publicação, a doação de R$ 8,2 milhões para o Sírio-Libanês foi destinada a projetos de pesquisa sobre o câncer.
Di Giacomo Filho construiu uma trajetória na advocacia trabalhando com grandes empresas. Ele atuou durante 47 anos no Damarest, liderou a criação do Cesa (Centro de Estudos das Sociedades dos Advogados), além de integrar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em vários cargos.
FONTE: Uol via Estadão | FOTO: Blasting News