Fazem parte das manifestações propostas para investigar autoridades com foro no tribunal
O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um conjunto de dez pedidos com providências a serem adotadas a partir das conclusões da CPI da Covid.
De acordo com a Folha Online, as solicitações foram encaminhadas a seis ministros da corte. O material foi encaminhado nesta quinta-feira (25) e está sob sigilo.
Há exato um mês Aras recebeu das mãos de senadores da comissão o relatório final com a proposta de indiciamentos de uma série de autoridades do governo federal, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Constam do conjunto de manifestações do chefe do Ministério Público Federal propostas para investigar autoridades com foro na corte e a inclusão de novos elementos em casos que já tramitam no tribunal.
Aras enviou os casos diretamente a ministros que já são responsáveis por processos que teriam conexão com os fatos levantados pela CPI.
Dos 10 pedidos, quatro foram direcionados para ministra Rosa Weber, dois para Dias Toffoli, um para Ricardo Lewandowski, um para Luís Roberto Barroso, um para Cármen Lúcia e outro para Kassio Nunes Marques.
Desses magistrados, Rosa e Lewandowski foram os que mais se destacaram em ações relativas à pandemia. A ministra, por exemplo, é a relator do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro prevaricou por não ter determinado uma investigação após ter sido alertado de possíveis irregularidades em contrato da vacina indiana Covaxin.
Já Lewandowski é relator dos principais processos que tratam do programa nacional de imunização contra a Covid-19.
Nos últimos dias, em entrevistas e manifestações nas redes sociais, senadores que atuaram na investigação parlamentar intensificaram as cobranças ao PGR.
Até agora, a Procuradoria não havia saído do lugar em relação ao relatório final da CPI da Covid. Em nota divulgada há duas semanas, o órgão afirmou que a realização de diligências de investigação sobre autoridades citadas no documento dependia da análise prévia de provas sigilosas reunidas e produzidas pelo colegiado no Senado.
A entrega desses dados, segundo a assessoria do procurador-geral, foi efetivada apenas no dia 9 deste mês. Em tamanho, essas provas chegam a quatro terabytes, e correspondem aos mais distintos documentos enviados à CPI.
FONTE: Folha Online | FOTO: Agência Brasil