Além da segurança, a tokenização tem outras vantagens

A blockchain e a tokenização (a criação de ativos digitais que representam outros ativos, virtuais ou reais) são as novas tentativas do mercado imobiliário para atrair o investidor que sai dos fundos imobiliários em busca de mais segurança em aplicações de renda fixa. Os tokens funcionam na blockchain, que tem sido usada para melhorar a auditoria e a segurança de informação em várias indústrias.

Além da segurança, a tokenização tem outras vantagens. Uma delas são os contratos inteligentes, que permitem reduzir custos e encurtar a distância entre o negócio e os investidores. Quando um ativo imobiliário é transformado em token, um bem físico pode ser dividido em ativos digitais (pequenas fatias do empreendimento) e negociados na quantidade que o investidor desejar.

Assim, um imóvel de R$ 1 milhão, por exemplo, pode virar 10 mil tokens de R$ 100. Com a tecnologia, a burocracia dos contratos convencionais é eliminada. Isso torna o investimento mais barato, o que facilita a captação de recursos para a obra. Daniel Coquieri, CEO da Liqi, especializada em tokenização, destaca que toda a distribuição e a liquidação do token dependem do smart contract. “Na hora de liquidar ou pagar algum retorno, é ele que faz isso sozinho”, conta.

Um exemplo é um terreno de R$ 5,5 milhões na região de Campinas, que foi transformado em tokens de R$ 280 cada. Eles permitem obter ganho de capital entre o valor de aquisição do terreno e o valor de mercado de apartamentos futuros. “No ato da aquisição do terreno, já fazemos a permuta com um incorporador de primeira linha por apartamentos futuros. Uma permuta física”, conta Rafael Felcar, CEO da Toke Invest, responsável pela iniciativa.

Os tokens permitem saída em 44 apartamentos em um edifício com 508 unidades. O valor aproximado hoje de R$ 9,4 milhões representa ganho de capital de mais de 70% nos 36 meses de condução da obra. Depois de vender 75% desse primeiro terreno tokenizado, a Toke Invest já planeja lançar mais ofertas: tokens de R$ 14 milhões em dezembro e outros R$ 100 milhões em 2022.

FONTE: Canaltech | FOTO: Pixabay