Business Intelligence, ou simplesmente BI, refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incorporou uma ferramenta de Business Intelligence desenvolvida pelo Laboratório de Inovações do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) para gerenciar dados estratégicos e que está conquistando a Justiça Eleitoral. De segunda a sexta-feira da semana passada (22 a 26/2), uma equipe do Laboratório de Inovações esteve no TSE orientando a implantação de três novos painéis com o uso da ferramenta, envolvendo estatísticas processuais, gestão de documentos no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e monitoramento de multas eleitorais no Sistema Elo. A informação está no CNJ.

A parceria com o TRE-GO foi firmada a pedido do diretor-geral do TSE, Rui Moreira de Oliveira, que não esconde sua admiração por essa tecnologia e pela iniciativa da equipe técnica. “O uso da tecnologia é fundamental para uma boa gestão. Estamos plantando sementes cujos frutos vão aprimorar o trabalho e a prestação de serviços na Justiça Eleitoral.”

Business Intelligence, ou simplesmente BI, refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios. É um conjunto de técnicas e ferramentas para auxiliar na transformação de dados brutos em informações significativas e úteis para a análise de gestão.

Ela permite o acompanhamento e o monitoramento de informações orçamentárias, administrativas e estratégicas. Com poucos cliques, a ferramenta disponibiliza todo o conteúdo necessário para o gerenciamento de dados, por meio de painéis customizáveis em níveis estratégicos, táticos e operacionais. A ferramenta já foi implantada nos TREs de Mato Grosso, Piauí e Roraima e continua despertando o interesse de outras instituições, a exemplo dos TREs de Minas Gerais e da Bahia.

Tomada de decisão

Responsável pelo projeto no âmbito do TSE, o secretário de Modernização, Gestão Estratégica e Socioambiental, Bruno Cezar Andrade de Souza, espera que os novos painéis sejam os primeiros de muitos que serão instalados para organizar informações, depurar a base de dados e identificar gargalos que dificultam o planejamento. “A ferramenta organiza dados que estão dispersos, possibilitando uma visão macro para balizar a tomada de decisões.”

Leonardo Ferreira de Oliveira, chefe da Seção de Dados Estratégicos Gerenciais do TSE, ressalta que a utilização do BI possibilita o aprimoramento da gestão administrativa mediante o compartilhamento e o cruzamento de dados, fazendo com que informações e decisões sejam mais ágeis e eficientes. Para ele, ao compartilhar essa expertise com parceiros da Justiça Eleitoral, o TRE-GO atua como um catalisador de soluções. “Foram cinco dias que renderam cinco meses de trabalho.”

Para José Carlos da Silva, que atua como coordenador do projeto, fazer com que a gama de dados disponíveis se comuniquem é um trabalho desafiador. “Os dados existem, mas não são amigáveis”, pondera o assessor, ressaltando que o BI busca harmonizar os dados existentes nos sistemas das instituições, gerando informações objetivas para a tomada de decisões. Ele destaca, ainda, que essa ferramenta de gestão permite romper barreiras, com aplicações personalizadas e customizadas para cada realidade. “Tendo dados, o céu é o limite.”

O TRE-GO é pioneiro no uso da tecnologia BI na atividade jurisdicional no âmbito eleitoral. Desde maio de 2019, diversos painéis customizáveis em níveis estratégicos, táticos e operacionais foram desenvolvidos para atender suas unidades. Atualmente, o órgão dispõe de 21 painéis publicados e mais de 50 outros painéis fornecendo informações internas para a tomada de decisões dos gestores.

Compartilhamento

Em dezembro de 2019, a equipe do Laboratório de Inovações do TRE-GO implantou painéis com o uso da ferramenta BI no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). No ano passado, o sistema foi implantado nos TREs do Piauí, em fevereiro, e de Roraima, em setembro.

Em Mato Grosso, foi utilizada a versão gratuita do Power B.I. da Microsoft para gerar os painéis de gestão de acompanhamento e monitoramento de informações orçamentárias, administrativas e estratégicas. No TRE de Roraima, a equipe implantou oito painéis com o uso da tecnologia, entre eles, os de estatísticas jurisdicional do Processo Judicial Eletrônico de 1° e 2° Graus e o de execução orçamentária.

No ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por meio da Resolução nº 333/2020, que os tribunais devem destacar dados estatísticos em seus portais por meio de ferramentas de Bussiness Intelligence.

Fonte: TSE via CNJ | FOTO: Divulgação