Os bancos digitais estão transformando, ao longo dos últimos anos, a experiência dos clientes e promovendo acesso a bons produtos financeiros por taxas cada vez mais atrativas. A primeira “onda” das fintechs focou, em maior parte, nas contas para pessoa física. Agora, a nova tendência é gerar disrupção similar no mercado PJ, com contas digitais para empreendedores. A Linker, fundada no início de 2019 pelos sócios David Mourão e Ingrid Barth, é uma das startups que busca impactar positivamente este segmento. A informação está no portal StartSe.

Em entrevista exclusiva ao portal, David Mourão revela que a ideia de empreender no setor surgiu após uma experiência ruim para abrir uma conta Pessoa Jurídica em um banco tradicional. Depois de oito anos trabalhando no mercado financeiro fora do país, o economista encontrou um Brasil diferente ao retornar em 2018. “A maneira como as pessoas se relacionam com o banco mudou. Não querem mais ir à agência. Querem abrir uma conta com poucos cliques. Querem pagar menos taxas e ter acesso a bons serviços e produtos financeiros. Tudo com um excelente atendimento no processo”, diz.

Neste cenário, os sócios procuraram identificar as principais dores de empreendedores, startups e pequenas empresas em relação a serviços financeiros. “Ao invés de serviços, queremos oferecer soluções”, corrige David Mourão. “O empreendedor toma um risco, decide começar um negócio do zero, sair do conforto, mas hoje o banco não entrega as ferramentas necessárias para ele ter sucesso”.

A Linker, que fica no Cubo (hub de startups em São Paulo), está se preparando para o lançamento oficial, previsto ainda para este mês de outubro. Até agora, a conta digital está restrita a convidados, embora já tenha recursos primordiais para o empreendedor, como pagamentos de contas, transferências e emissão de boletos para cobranças, entre outros. Não há anuidade ou taxas de administração na conta PJ.

Nem débito, nem crédito
Como a maioria das contas digitais, a Linker criou um processo de abertura simples, em que o empreendedor abre sua conta PJ em minutos, sem burocracias ou necessidade de ter vários documentos em mãos. Além disso, a fintech também investiu em uma equipe de atendimento dedicada a garantir a melhor experiência ao cliente.

O primeiro e mais claro diferencial da startup, no entanto, está no cartão virtual que é gerado no momento em que a conta é aberta. David Mourão e sua equipe identificaram que startups costumam consumir diversos produtos e serviços digitais (desde armazenamento na nuvem e softwares, por exemplo, até transporte e suprimentos por e-commerce). Em contas PJ de bancos tradicionais, o cartão de crédito pode demorar a chegar e tem limite baixo para empreendedores em fase inicial.

A solução, neste sentido, foi gerar um cartão virtual que funciona como crédito para pagamentos online, mas debita diretamente da conta – e, portanto, dispensa limites ou comprovação de renda. O produto foi validado em diversos sites e apps, tanto nacionais como internacionais.

É um exemplo de como um serviço desenvolvido especialmente para o público-alvo é mais efetivo do que apenas replicar o que deu certo na pessoa física para a conta empresarial. “Hoje, vemos que essa é uma das soluções em que os clientes já estão vendo bastante valor, porque a maioria dos empreendedores realiza diversas transações online”, diz David.

FONTE: StartSe | Foto: Pixabay

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