Estados Unidos e França fecharam um acordo para acabar com a disputa sobre o imposto digital do governo francês imposto a gigantes da tecnologia. “Chegamos a um acordo muito bom” – confirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma entrevista coletiva conjunta com o presidente dos EUA, Donald Trump, na conclusão da cúpula do G7. A informação é do jornal O Globo.
Macron disse a repórteres que as empresas que pagarem o imposto poderão deduzir o valor assim que um novo acordo internacional sobre como tributar empresas de internet for concretizado no próximo ano. “Nós trabalhamos muito, temos um acordo para superar as dificuldades entre nós” – acrescentou o presidente francês.
A lei assinada por Macron em julho impõe um imposto de 3%, retroativo a janeiro, se aplica às receitas de serviços digitais obtidas por empresas com mais de € 25 milhões em receita na França e € 750 milhões em todo o mundo. A maioria das empresas afetadas é americana, mas o imposto atinge também companhias chinesas, alemãs, britânicas e francesas.
Trump criticou a “insensatez” de Macron por adotar o imposto digital e ameaçou por duas vezes taxar os vinhos franceses em retaliação. Antes mesmo de o imposto ter sido aprovado pelo parlamento francês, Donald Trump já havia encomendado uma avaliação de seu representante de Comércio que pode resultar na adoção de tarifas de importação ou outras medidas de retaliação comercial. Paris, por sua vez, tem apelado a Trump para não confundir o imposto digital com barreiras tarifárias.
Autoridades americanas reclamam que a taxa atinge injustamente empresas norte-americanas como Facebook, Google e Amazon . Atualmente, elas são capazes de registrar lucros em países com baixos impostos, como Irlanda e Luxemburgo, não importando a origem da receita.
Antes da coletiva de Macron e Trump, fontes ligadas à negociação confirmaram que o acordo, firmado entre o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, prevê que a França pagaria às empresas a diferença entre o imposto francês e um mecanismo que está sendo desenvolvido pela OCDE.
FONTE: O Globo | Foto: Reprodução Internet