O site da revista Exame fez uma seleção das mulheres consideradas mais inovadoras no Brasil e que, com seu trabalho, transformaram o empreendedorismo no país, entre elas a advogada Camila Farani (foto). Assinada pela repórter Mariana Fonseca, a matéria destaca que o uso da tecnologia e das ferramentas digitais ajudou os negócios tocados por essas mulheres.

As mulheres já são a maioria, diz a reportagem, ao fundar empreendimentos brasileiros, de acordo com o estudo Global Entrepreneurship Monitor. Com o passar dos anos, muitas delas se provaram referências: levaram suas empresas para frente, criaram aceleradoras e tornaram-se investidores em novas ideias de negócio.

Isso tudo, assinala a matéria, apesar de um cenário difícil para a expansão de suas empresas, que começa com a dificuldade em conciliar empreendimento com família e termina com o preconceito de gênero barrando a obtenção de aportes e financiamentos.

A cada dez mulheres, quatro não retornam ao mercado de trabalho após a licença-maternidade. Um estudo do Babson College, dos Estados Unidos, mostrou que, enquanto as mulheres detêm cerca de 40% dos negócios do país, apenas perto de 5% de todos os investimentos de capital e apenas 3% do financiamento de capital de risco vão para empresas chefiadas por elas.

A Exame selecionou algumas mulheres inovadoras que estão transformando o empreendedorismo e a tecnologia no Brasil. As indicações vieram de Renata Zanuto, diretora de ecossistema no espaço de coworking e fomento ao empreendedorismo tecnológico Cubo Itaú, e Itali Collini, diretora da aceleradora 500 Startups no Brasil.

Confira, a seguir, 10 mulheres que transformam o empreendedorismo e a tecnologia no Brasil:

1 – Ana Fontes (Rede Mulher Empreendedora)

Ana Fontes é presidente da Rede Mulher Empreendedora, organização de apoio ao empreendedorismo feminino no país. Hoje, a rede conta com 500 mil participantes, de acordo com Fontes. Recentemente, a RME se expandiu para o Instituto Rede Mulher Empreendedora, que busca políticas públicas e sociais para o desenvolvimento de empreendedoras. Professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e no Insper, Fontes começou sua carreira como executiva de marketing em multinacionais como Volkswagen e associação como a Febraban, de bancos.

2 – Bedy Yang (500 Startups)

Bedy Yang é sócia operadora da 500 Startups, uma das aceleradoras mais aclamadas do Vale do Silício (Estados Unidos) e conhecida por sua tese de fomentar a diversidade de fundadores, incluindo a apoio a fundadoras. Antes da 500, Yang fundou a Brazil Innovators, rede com o propósito de conectar brasileiros a polos mundiais de inovação, incluindo o Vale.

3 – Camila Achutti (Mastertech)

Camila Achutti é dona de duas startups com foco em inovação e com faturamentos milionários: a consultoria em inovação Ponte 21 e a plataforma de educação em tecnologia Mastertech. Somando as duas empresas, Achutti emprega quase 30 pessoas em seus negócios.

“Eu sempre acho que o fato de não termos muitas mulheres faz com que a gente deixe de resolver os problemas que precisamos resolver”, afirmou anteriormente Achutti a EXAME. “54% dos empreendedores são mulheres, mas é tudo negócio offline, com pouca margem de lucro, pouca escalável, é a lojinha, o bazar. A gente tira dessas mulheres a possibilidade de se envolverem com tecnologia, a gente não mostra para essas meninas outra possibilidade.”

4 – Camila Farani (G2 Capital e Mulheres Investidoras Anjo)

Camila Farani é uma advogada carioca que se tornou referência quando se fala em investimento anjo. Criou os fundos Gávea Angels, Mulheres Investidoras Anjo e G2 Capital. O MIA foi o primeiro grupo de investidoras anjo do Brasil, focando em negócios liderados por mulheres, e impactou mais de 600 empreendedoras. Na pessoa física, Farani já investiu em mais de 30 startups. Anteriormente, a investidora criou negócios próprios (uma cafeteria e uma loja de comida fresca), e foi diretora na Mundo Verde, rede de produtos naturais, e lecionou na FGV.

5 – Cristina Junqueira (Nubank)

Cristina Junqueira é uma das fundadoras do Nubank, fintech brasileira avaliada em quatro bilhões de dólares e com cinco milhões de usuários. Hoje, é vice-presidente de marca e desenvolvimento de negócios na startup.

Junqueira começou sua carreira como estrategista na consultoria Boston Consulting Group. Trabalhou por anos no Itaú Unibanco, administrando produtos e marketing nas áreas de empréstimo e cartão de crédito ao consumidor. A empreendedora entrou para a lista da revista Forbes de mulheres mais poderosas do Brasil em 2017.

6 – Dani Junco (B2Mamy Aceleradora)

Dani Junco é CEO da B2Mamy, uma aceleradora focada em mães empreendedoras. Com 2,8 mil horas de conteúdo digital, a aceleradora impactou 600 mulheres em encontros; mentorou 400 delas por meio do programa de um dia intensivo B2Mamy Start; e acelerou 75 dessas empreendedoras pelo programa B2Mamy Pulse, com três meses de duração. A B2Mamy é apoiada pelo Google, por meio da iniciativa Google Developers Launchpad.

Além de orientar as fundadoras, a aceleradora é chamada para falar em empresas e discutir diversidade no ambiente de trabalho e apoio às profissionais mães. Junco também é professora de empreendedorismo no Senac.

7 – Daniela Binatti (Pismo)

Daniela Binatti é co-fundadora e diretora de tecnologia da Pismo, startup que terceiriza a gestão dos meios de pagamentos de outras empresas, por meio da computação em nuvem. Ela é uma referência de empreendedora em setores e cargos anteriormente associado aos homens — respectivamente, pagamentos e diretor de tecnologia.

Binatti possui mais de 20 anos de experiência no setor de pagamentos, trabalhando em empresas como Conductor. Anteriormente, trabalhou com tecnologia nas empresas S&M Consultores e Shared Informática.

8 – Maitê Lourenço (BlackRocks Startups)

Maitê Lourenço é fundadora e CEO do BlackRocks Startups, aceleradora de startups dedicada a promover empreendedores e executivos negros. A psicóloga e empreendedora contou a VEJA que, nos eventos dos quais participava, frequentemente era a única empresária negra nos auditórios ou nas salas de reunião. Nasceu, desse choque, a BlackRocks.

A aceleradora procura estabelecer o acesso dos empreendedores e profissionais ao ecossistema empreendedor brasileiro, com conexão com empresários, mentores, outras startups, instituições de ensino e programas de capacitação e de desenvolvimento de ideias de negócio. Também estabelece um diálogo com movimentos sociais e de públicos como mulheres, negros, LGBTT e deficientes.

9 – Maria Rita Spina Bueno (Anjos do Brasil)

Maria Rita Spina Bueno é diretora executiva na Anjos do Brasil, entidade sem fins lucrativos que fomenta o investimento anjo e apoia o empreendedorismo de inovação no país. A Anjos surgiu em 2011 e percebeu um progressivo amadurecimento do mercado. A entidade estima que existam 7.615 investidores anjos no país e um total de 984 milhões de reais aportados no ano de 2017, alta de 16% sobre o ano anterior. Junto com Camila Farani, Spina Bueno também participou da fundação de Mulheres Investidoras Anjo (MIA).

10 – Nina Silva (Movimento Black Money)

Nina Silva fundou o Movimento Black Money, para promover o ecossistema afroempreendedor pela educação, e o D’Black Bank, fintech que conecta consumidores a empreendedores negros para serviços financeiros 100% digitais.

Com 16 anos de experiência em produtos e serviços em tecnologia da informação, Silva trabalhou para empresas como a fabricante de bebidas Heineken, a montadora Honda e a empresa de cosméticos L’Oréal. Silva é hoje líder em gestão de projetos em TI na empresa do ramo ThoughtWorks.

FONTE: Exame | Foto: Reprodução Internet

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