O ex-presidente do Conselho de Administração da japonesa Nissan, Carlos Ghosn, deixou a prisão em Tóquio, nesta quarta-feira (6), após mais de cem dias de detenção. Ele é acusado de má conduta financeira, incluindo crime de sonegação fiscal, e abuso de confiança.

Segundo reportagem do jornal O Globo, o brasileiro usava boné azul, máscara cirúrgica e óculos. Ele saiu cercado por guardas e entrou em uma van prata, diante de dezenas de jornalistas que aguardavam no local. De acordo com a matéria, elee seguiu diretamente para o escritório de um de seus advogados, onde trocou a roupa que saiu da prisão por um terno, antes de deixar o local em uma minivan Toyota preta.

O ex-titã da indústria automotiva deixou a cadeia, após pagamento, uma hora antes, de fiança de um bilhão de ienes (US$ 8,9 milhões ou cerca de R$ 33,8 milhões). A fiança de Ghosn, segundo O Globo, está entre as mais altas do Japão.

Sua esposa Carole, uma de suas filhas e o embaixador da França chegaram à prisão algumas horas antes de sua liberação, mas não saíram no mesmo momento que o executivo. Ele passará o aniversário de 65 anos, que serão completados no sábado, em liberdade.

No dia 18 de fevereiro, Juristec publicou matéria, via jornais O Globo e New York Times, sobre a contratação, para defesa do brasileiro, do advogado Junichiro Hironaka, de 73 anos, conhecido no Japão pelo apelido de “A Navalha”, pela sua capacidade de obter absolvições em casos célebres (Leia Aqui).

Na manhã desta terça-feira, 06, a Justiça de Tóquio concordou em soltar Ghosn sob fiança. A Promotoria apelou da decisão, mas a Corte Distrital de Tóquio rejeitou o pedido. A decisão marca uma vitória da defesa de Ghosn, preso desde 19 de novembro. Foi o terceiro pedido de liberdade sob fiança feito pelos advogados do brasileiro.

O jornal O Globo informa que, no Japão, é incomum que uma pessoa acusada de abuso de confiança consiga a liberdade antes da definição da data de seu julgamento ou até mesmo antes do início do processo. Analistas explicaram que o novo advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, ofereceu garantias que convenceram o juiz de que o empresário brasileiro não estaria em condições de destruir provas ou sair do país.

A matéria destaca ainda que Hironaka sugeriu que Ghosn fosse vigiado por câmeras e que o réu tivesse meios de comunicação limitados com o exterior.

FONTE: O Globo | Foto: Reprodução Internet

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