Uma pesquisa levantada pela Thomson Reuters com 300 profissionais no Brasil em posição de liderança mostra que capacidade de adaptação a novas tecnologias está sendo mais decisivo que experiência para o mercado de trabalho. Do total questionado pela agência, 63% disse preferir profissionais iniciantes na área de atuação, mas que tenham domínio de tecnologias como internet das coisas, blockchain e inteligência artificial.
Parte disso se dá pela velocidade como o ambiente se modifica. “Chama a atenção o perfil de profissional que estes líderes pretendem atrair. Entre um profissional com larga vivência na área de atuação, porém pouco familiarizado com as novas tecnologias, e outro candidato com pouca experiência na área de atuação e amplo background tecnológico, o segundo profissional leva vantagem, com a preferência dos entrevistados”, aponta Santiago Ayerza, componente da liderança para América Latina da Thomson Reuters. A matéria está no portal Canaltech.
Um dos reflexos do avanço tecnológico, na opinião dos gestores, é a percepção de que novas funções serão criadas em sua área de atuação, situação apontada por 83% dos entrevistados. Ou seja, investir em experiência, o que geralmente pode ser mais caro que um iniciante, não se torna um bom negócio.
A proposta da pesquisa era estudar o que estes líderes pensam sobre o futuro de seus empreendimentos, do Brasil e do cenário mundial para estes temas. Embora 90% acredite que a adoção de tecnologias inovadoras seja positiva, apenas 42% dos entrevistados pretendem aumentar os investimentos na área de tecnologia e outros 34% planejam manter o montante atual. Destes, ainda, 22% dos ouvidos não planejam aumentar seus investimentos no curto prazo.
Segundo Ayerza, empresas ainda se mostram pouco confiantes sobre fazer investimentos no setor. “Grande parte dos decisores tem alta expectativa quanto ao uso de novas ferramentas disponíveis do mercado, como facilitadores do crescimento da empresa e do desenvolvimento do trabalho no dia a dia. Apesar disso, encontramos ainda algumas barreiras quanto aos investimentos por parte das empresas, mesmo com a percepção dos gestores de que, sem isso, a empresa não conseguirá se manter competitiva”, afirma.
Junto com a ideia de que mais vale pegar alguém menos experiente e mais adaptado às novas tecnologias, também está a ideia de que capacitação pode ser o caminho para melhorar a produtividade. Segundo a pesquisa, 63% estão investindo em capacitação de seus funcionários para as grandes mudanças que serão impulsionadas pelas novas tecnologias.
Investimentos em quê?
A Thomson Reuters também levantou a áreas que mais interessam aos gestores:
25% – por redução de custos operacionais;
21% – por governança corporativa e mitigação de riscos;
16% – por ganhos em competitividade;
14% – por melhorias em produtividade.
Para quem busca uma vaga, sobretudo no setor de tecnologia, o grupo também questionou sobre as áreas que são mais atraentes:
31,1% – Internet das coisas;
30,9% – Blockchain
28,9% – Data Science
29,9 % – Machine Learning
Os números não somam 100%, pois foi dada a opção de múltipla escolha aos entrevistados. Participaram da pesquisa profissionais de empresas de todos os tamanhos (64% com atuação em comércio exterior e 28% com faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão).
FONTE: Canaltech