
Eduardo Imperador foi preso na última quarta-feira (20) durante operação da Polícia Federal
A Justiça Federal decidiu nesta quinta-feira (21) pela manutenção da prisão temporária de Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador. Ele é suspeito de liderar um esquema de desvio de recursos na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba (Codevasf) e foi preso na última quarta (20) durante uma operação da Polícia Federal (PF).
Ainda na quarta, a PF apreendeu R$ 1,3 milhão em espécie na casa do empresário. A prisão de Imperador foi decretada no mesmo dia.
Nesta quinta, foi realizada uma audiência de custódia. Na ocasião, o juiz federal substituto Luiz Régis Bomfim Filho decidiu manter a prisão temporária.
“Há plausível preocupação diante da informação policial apontando pela apreensão de dinheiro em espécie e demais ativos destacados pelos relatórios de diligências. Destaca-se que o contexto dito delitivo em investigação aponta o suposto desvio e ocultação de verba pública federal”, escreveu o magistrado em sua decisão.
Desta feita, apesar da aparente identificação civil do custodiado, persiste legítimo interesse investigativo em sua supressão cautelar e temporária de liberdade pelo prazo remanescente”, acrescentou o juiz.
Entenda o caso
Deflagrada na quarta-feira, a operação Odoacro apura um esquema de lavagem de dinheiro na estatal Codevasf. De acordo com os policiais, uma investigação constatou a existência de um esquema no qual processos de licitação fraudulentos eram utilizados para desviar recursos públicos.
A Polícia Federal afirma que as mesmas pessoas e empresas de fachada repetem um modus operandi neste esquema de condutas identificadas em 2015, quando a Polícia Civil identificou uma associação criminosa para desvio de recursos públicos de um município maranhense.
A operação investiga também os contratos da empresa Construservice com a estatal. Eduardo Imperador é apontado como sócio oculto da empresa.
O que dizem os envolvidos
Na quarta, logo após a prisão, a defesa de Eduardo Imperador afirmou que “entende, com base no ordenamento jurídico pátrio, ilegal e desnecessária a prisão temporária de seu constituinte”.
Os advogados de Imperador afirmam ainda que “tudo o que há nos autos do inquérito policial em curso é fruto apenas do início da investigação e da visão unilateral da Polícia e do Ministério Público sobre os fatos; que ele [Eduardo] nunca sequer foi notificado para falar, apresentar documentos e/ou quaisquer outras manifestações defensivas; que, a partir de agora, colabora com a investigação – que corre em segredo de justiça – esperando ter a oportunidade de prestar os devidos esclarecimentos, com os quais demonstrará sua inocência. Inocência, aliás, que deve ser presumida por força de expressa disposição constitucional!”
Procurada pela CNN, a Codevasf afirmou, em nota, que não teve acesso à decisão judicial que autorizou a operação policial, “mas colabora com o trabalho realizado pelas autoridades policiais e proverá suporte integral às investigações”.
“A Companhia mantém compromisso com a integridade de suas ações e com a elucidação de fatos”, conclui o comunicado.
FONTE: CNn Brasil | FOTO: Divulgação PF