
TJ aceitou recurso da família de Davi Sebba, morto em 2012 em Goiânia. Desembargadores entenderam que houve excesso e vítima estava indefesa
A morte do advogado Davi Sebba, de 38 anos, vai voltar a ser julgada como homicídio qualificado, em que a vítima foi surpreendida, desarmada, em inferioridade numérica e indefesa. O julgamento de um dos recursos do caso foi concluído na tarde dessa terça-feira (5/4).
O advogado foi assassinado a tiros pela Polícia Militar de Goiás (PMGO) em julho de 2012, no estacionamento de uma unidade do supermercado Carrefour, na capital goiana. Ele estava no local comprando fraldas para o filho, que nasceu no mesmo dia.
Militares envolvidos no crime chegaram a ser denunciados pelo Ministério Público, mas uma sentença de 2017, do juiz Antônio Fernandes de Oliveira, diminuiu a gravidade do crime, considerando apenas como homicídio simples, que possui pena menor.
Com a nova decisão desta terça, o caso volta a ser considerado como homicídio qualificado. Durante o julgamento, os desembargadores Itaney Campos e Ivo Fávaro acompanharam a posição do relator do processo, desembargador Eudélcio Fagundes, de que houve sim a prática de homicídio qualificado.
Outro recurso
Na mesma sentença de 2017, o juiz também absolveu os policiais envolvidos no crime por ter alterado a cena do crime e implantado uma arma como se fosse do advogado. Apenas um PM continuou respondendo por homicídio.
A família de Davi Sebba aguarda ainda o julgamento de um outro recurso, que pede que todos os militares envolvidos no assassinato sejam julgados por todos os crimes, incluindo homicídio qualificado. Ainda não há data prevista para esse novo julgamento. Só depois disso que o caso deverá ir para júri popular.
Esperança
Em nota, familiares do advogado comunicaram que a nova decisão do TJGO trouxe um pouco mais de esperança e alento. Já são quase dez anos desde o assassinato. Na nota é lembrado que Gabriel Davi, filho da vítima, passará sempre o aniversário no dia da morte do pai.
“Infelizmente, são cada vez mais frequentes as notícias de policiais corruptos que praticam violência contra a população. Mas a sociedade não tolera mais. Eles devem ser punidos de forma exemplar, sendo expulsos e presos para responderem pelos seus abusos”, defende trecho da nota.
FONTE: Metrópoles | FOTO: Pixabay