Empresa critica inclusão de seu nome em MP para taxar importações de Shopee e AliExpress

O Mercado Livre estuda processar por difamação as empresas e associações que apontam a companhia como parte de um “camelódromo digital” e pedem que o governo comece a taxar o comércio eletrônico.

Depois das manifestações dos empresários, a Receita Federal divulgou que pode baixar uma MP para impedir que empresas de comércio eletrônico estrangeiras vendam produtos para brasileiros sem pagar os devidos impostos.

Se oficializada, a medida atingirá companhias como AliExpress e Shopee, da China, e Mercado Livre, fundada na Argentina e com atuação no Brasil desde 1999.

“Parece um antijogo querer colocar o Mercado Livre nesse grupo, querendo prejudicar a nossa imagem”, diz Fernando Yunes, vice-presidente sênior da empresa no Brasil. “Ou é isso ou estão desinformados sobre quem somos”, segue ele.

Yunes aponta que a natureza do negócio do Mercado Livre é completamente diferente das outras citadas. “Enquanto essas empresas têm majoritariamente a importação dos produtos e vendas no Brasil, no Mercado Livre isso é uma pequenininha parte, de 5%”, afirma.

Ele ainda aponta que a empresa pagou R$ 2,5 bilhões de reais em impostos no ano passado, que o Mercado Livre exige a formalização de seus usuários que atuem com maior volume, que gera quase 7.000 empregos por ano e que a companhia prevê investir no Brasil R$ 17 bi em 2022.

“Nos últimos anos, a gente vem ganhando participação de mercado em todos os trimestres. E, coincidentemente, começam esses ataques com mais visibilidade. Por isso parece um antijogo”, avalia Yunes. “Concordamos que o Brasil deve ser mais duro, taxar as importações que vêm da Ásia. Mas não entendemos terem colocado a gente nesse grupo”, finaliza.

FONTE: Coluna Monica Bergamo (Folha Online) | FOTO: Divulgação