
Companhias apostam nessa tecnologia para recrutamento de programas de estágio
A partir da mudança do nome do Facebook para Meta com o objetivo de entrar de vez no metaverso, espécie de mundo virtual em que é possível interagir por meio da realidade aumentada, empresas começaram a aplicar essa tecnologia aos seus processos seletivos. A notícia é da Folha de São Paulo.
A Companhia de Estágios, especializada em recrutamento de estagiários e trainees, lançou em fevereiro um projeto-piloto para que empresas parceiras pudessem experimentar o metaverso. A ideia, dizem os recrutadores, é conhecer a plataforma e proporcionar uma experiência diferente aos candidatos.
Usando óculos de realidade virtual, recrutadores e candidatos entram nesse universo paralelo e lá realizam a fase de entrevistas.
Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, diz acreditar que, mesmo com o retorno das atividades presenciais, os processos de seleção vão continuar acontecendo também de maneira virtual e há necessidade de evoluir essa dinâmica.
“As entrevistas por Microsoft Teams ou por Zoom têm algumas limitações. A gente viu no metaverso uma ferramenta que poderia trazer mais funcionalidade e mais recursos para um processo de seleção”, diz Mavichian.
A montadora Scania participou do projeto e implementou o metaverso como etapa obrigatória do processo seletivo, na fase de entrevistas. As vagas eram destinadas à área de engenharia, e 30 candidatos participaram da experiência.
Para Danilo Rocha, vice-presidente da área de recursos humanos da Scania, o objetivo é conhecer a nova tecnologia e avaliar o comportamento do candidato diante da realidade virtual.
Rocha também afirma que introduzir o metaverso na empresa é uma forma de se aproximar dos jovens da geração Z (nascidos entre a metade dos anos 1990 e 2010), mais acostumados às novas tecnologias.
Segundo Tiago Mavichian, o candidato se dirige a uma sala, onde coloca os óculos. Já no ambiente do metaverso, ele (seu avatar) entra na sala de reunião, onde se encontra o avatar do recrutador. Nessa sala, ele fica sentado diante de uma mesa. “Os óculos captam a altura da mesa. O candidato encosta o controle na mesa para demarcar sua área de trabalho”, diz Mavichian.
Na entrevista, que se dá como uma entrevista comum, o candidato pode interagir, projetar uma tela ou emular um teclado. Além disso, é possível ajustar detalhes técnicos, como o volume do som, pelos óculos.
A Ambev também entrou na onda do metaverso e criou seu próprio sistema, mais simples, usado no recrutamento do programa de estágios. Os participantes aprovados para a fase de dinâmicas e entrevistas receberam um link para acessar, de casa, a plataforma, onde tiveram informações sobre a empresa e suas políticas.
De acordo com a Ambev, o modelo, em que não há uso dos óculos de realidade virtual, foi escolhido devido ao grande ao número de candidatos inscritos no processo seletivo.
“Eles podiam interagir ali dentro e conhecer sobre os nossos mundos, nossas pessoas, nossos produtos. Então eram várias interações, e de uma maneira ‘gamificada’. Conforme ele [candidato] completava tarefas ou conforme assistia a alguns vídeos, ganhava um premiozinho”, conta Nathalya Rigitano, gerente de desenvolvimento e carreiras da Ambev.
FONTE: Folha Online | FOTO: Mangostar/Adobe Stock