
Próximo passo é definir preço das ações; TCU pode ser obstáculo para realizar operação em 2022
O governo deu nesta terça-feira (22) mais um passo no processo de privatização da Eletrobras, com a aprovação da venda de novas ações da companhia em assembleia de acionistas. O objetivo é reduzir a fatia da União de 70% para 45% do capital, tornando a empresa uma corporação com capital pulverizado. A proposta teve apoio de acionistas privados. Por outro lado, sindicatos ligados a empregados da Eletrobras protestaram.
Na assembleia, além da restruturação societária da Eletrobras, que deixará de ter controle estatal, o governo aprovou a venda das ações da empresa em Itaipu por R$ 1,2 bilhão, e a cisão da Eletronuclear, operadora das usinas nucleares de Angra dos Reis.
As duas companhias serão transferidas a uma nova estatal chamada ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A), criada especificamente para esse fim.
A assembleia chegou a ser suspensa algumas vezes para que representantes da empresa respondessem a questionamentos de investidores sobre os termos da operação. Uma das principais dúvidas foi justamente sobre a avaliação da fatia da companhia em Itaipu.
Com os recursos da venda de ações, a Eletrobras deverá pagar ao governo, em até 30 dias, R$ 32 bilhões referentes à renovação das outorgas de usinas hidrelétricas que opera. Outros R$ 25,3 bilhões devem ser pagos pela mudança em contratos que já haviam sido renovados.
Os próximos passos incluem a divulgação dos resultados de 2021, prevista para 14 de março, seguida da assembleia geral ordinária, para a aprovação das contas, e a divulgação do relatório financeiro.
Esses ritos atendem as regras exigidas para a publicação do prospecto a investidores quando ocorrem ofertas de ações. No caso da operação da Eletrobras, há um item adicional, uma nova sessão do TCU.
FONTE: Folha Online | FOTO: Reuters