
Segundo a ABVE, custo operacional de carro deste tipo chega a ser 80% menor do que em um veículo a combustão
O Brasil deve alcançar a marca de 100 mil veículos elétricos no começo do segundo semestre de 2022.
Atualmente, há 79,8 mil deles em circulação no país, entre automóveis, utilitários e veículos comerciais leves, segundo projeção da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Esse dado não inclui ônibus, caminhões e veículos levíssimos.
Em 2021, o mercado de veículos elétricos e híbridos apresentou um recorde de 34,9 mil unidades vendidas. Números que superam todas as previsões da ABVE e representam um aumento de 77% sobre os 19,7 mil emplacamentos realizados em 2020.
Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em todos os 26 estados e no Distrito Federal, há automotores deste tipo, mas a maior parte deles está concentrada nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em relação às cidades, tem mais veículos elétricos em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Isso ocorre devido ao grande incentivo à eletromobilidade nessas regiões, como a criação de planos de mudanças climáticas com metas de redução de poluentes, incentivos para diminuir o IPVA, isenção do rodízio de automóveis e investimentos massivos em ampliação de infraestrutura de recarga.
O Rio de Janeiro foi o primeiro município do Brasil a ter caminhões de lixo com zero emissão de gases poluentes: cerca de 10% da frota atual é elétrica. O presidente da ABVE, Adalberto Maluf, explicou uma das principais causas para o aumento das vendas nesse setor.
“Houve um aumento muito grande na venda de caminhões elétricos, mais de 1.100%. O principal motivo do crescimento do consumo de veículos elétricos em 2021 foi o desempenho ambiental, social e de governança (ESG) das empresas do Brasil”, disse Maluf.
O mercado atualmente se divide entre três tipos de veículos. Há os 100% elétricos, os mais sustentáveis, por não terem motor movido à combustão. Eles são movidos a bateria recarregável e representam atualmente a menor parte da frota: apenas 8% do total.
A proporção, no entanto, está em crescimento e a venda desses modelos é três vezes maior a cada ano.
Há também os híbridos, com motor a combustão movido por alguma fonte fóssil, como gasolina, álcool ou diesel, combinado com um motor elétrico de bateria recarregável, que converte em eletricidade a energia perdida nas frenagens.
Estes se subdividem em dois tipos: os que só recarregam a bateria desta maneira, híbridos típicos, e os que oferecem a opção de recarga externa: os híbridos plugáveis.
Os combustíveis fósseis enfrentam também, além do preço, pressões ambientais, por conta dos compromissos assumidos na COP-26 por diversos países, pela redução de emissões de carbono, responsáveis pelo efeito estufa.
O veículo elétrico contribui para reduzir a emissão de poluentes. Atualmente, um carro totalmente elétrico custa a partir de R$ 150 mil no Brasil. Diogo Seixas, diretor de infraestrutura da ABVE, negou que eles sejam muito mais caros, como percebe parte da população, e lembrou as circunstâncias da oferta.
“O que acontece é que, sem produção nacional, todos os veículos são importados. Entram nessa equação questões como frete e câmbio, com a nossa moeda desvalorizada frente ao dólar”, afirmou.
“Nesse cenário, o Brasil só tem recebido modelos de carros elétricos de luxo, mais confortáveis, e que custam mais. Naturalmente, eles não estão na mesma categoria de um carro popular movido a combustão. É uma comparação inadequada”, acrescentou.
A recarga é um desafio para os proprietários de veículos 100% elétricos ou para os híbridos plugáveis. Com isto, tem crescido o número de pontos de recarga instalados no país.
Geralmente os pontos de recarga são privados, de acesso restrito: pertencem aos proprietários, instalados em residências ou empresas que tenham frotas, ou de acesso público, como em redes hoteleiras, shoppings centers e supermercados.
Os pontos de recarga existem para acelerar o tempo de carregamento da bateria. Em uma tomada residencial comum, os modelos mais comercializados chegam a levar entre 45 e 48 horas para completar o processo que, com a tecnologia utilizada nesses pontos, pode ser realizado em menos de cinco horas.
FONTE: CNN Brasil | FOTO: Veículo elétrico