Aplicado de forma bimestral, o remédio Apretude é considerado uma Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e deve revolucionar este tipo de terapia
Os Estados Unidos aprovaram o primeiro medicamento injetável de longa duração para prevenir infecções por HIV. Aplicado de forma bimestral, o remédio Apretude é considerado uma Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e deve revolucionar este tipo de terapia, já que o uso é significativamente mais simples do que os tratamentos comuns.
Após análise e aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA, o remédio Apretude passa a ser, oficialmente, indicado para pessoas com alto risco de contrair o vírus da Aids. Além disso, o indivíduo deve pesar pelo menos 35 kg.
“A aprovação de hoje adiciona uma ferramenta importante no esforço para acabar com a epidemia de HIV, fornecendo a primeira opção para prevenir o vírus que não envolve tomar uma pílula diária”, explicou Debra Birnkrant, da FDA, em comunicado, divulgado na segunda-feira (20).
Outras medicações usadas como PrEP para o HIV demandam o uso de pílulas diárias ou em intervalos menores do que os dois meses do Apretude. Como o novo tratamento só precisa ser tomado uma vez a cada dois meses, a possibilidade de um maior número de pessoas aderirem é alta e, em consequência, o número de novas infecções pode ser reduzido.
Segundo a FDA, o uso da PrEP é recomendada para cerca de 1,2 milhão de pessoas em situação de risco para o HIV nos EUA. No entanto, apenas 25% das pessoas desse grupo receberam uma receita do tipo em 2020.
“Esta injeção, administrada a cada dois meses, será crítica para lidar com a epidemia de HIV nos Estados Unidos, incluindo ajudar indivíduos de alto risco e certos grupos onde a adesão à medicação diária tem sido um grande desafio ou uma opção não realista”, ressalta Birnkrant.
Estudos sobre o medicamento contra o HIV
Para a aprovação do medicamento que preveni o HIV, a FDA analisou dois estudos sobre o medicamento. Na primeira pesquisa, 4,5 mil homens cisgêneros e mulheres transexuais, com risco para contrair a infecção, foram selecionados.
Segundo os autores, foi possível verificar que aqueles que receberam Apretude tinham 69% menos probabilidade de contrair HIV do que aqueles que utilizam Truvada, outro medicamento usado como PrEP, mas com doses diárias.
Agora, o segundo estudo incluiu 3,2 mil mulheres cisgêneros, com risco de exposição ao HIV, e observou que as participantes que tomaram o Apretude tinham 90% menos probabilidade de se infectar do que aquelas que receberam Truvada.
Vale destacar que, embora o medicamento tenha obtido uma alta eficácia nos testes clínicos, o uso é destinado apenas para pessoas que não convivem com o HIV, ou seja, não trata a infecção, apenas previne. Além disso, outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) podem ser contraídas pelos usuários, quando outros métodos, como a camisinha, não são usados.
FONTE: Canaltech via FDA | FOTO: Twenty20photos/Envato Elements