Novos investimentos passaram a se tornar mais atrativos, ainda que alguns importem em mais risco.

Por Carlos Araújo, do Juristec

O mercado financeiro brasileiro mudou drasticamente nos últimos anos. O Brasil deixou de ser um país de rentistas, onde os investidores podiam investir em ativos com baixo risco e taxa de rentabilidade. Novos investimentos passaram a se tornar mais atrativos, ainda que alguns importem em mais risco.

Até pouco tempo, a poupança era um investimento atraente. Com a queda sistemática da taxa Selic, os investimentos tradicionais passaram a ter rentabilidade desinteressantes. É que mesmo com baixíssimo risco, a taxa de retorno baixa muitas vezes não supera sequer a inflação.

Em 2020, por exemplo, a poupança rendeu aproximadamente 2% ao passo que a inflação ficou em 4%. Dessa forma, em termos reais, o investidor está perdendo dinheiro.

A consequência desse momento macroeconômico está na migração dos brasileiros para os investimentos que importem em mais risco, mas que tenham possibilidade de maior rentabilidade. Investimentos antes chamados de “alternativos” passam a ser os mais “adequados” para o cenário atual.

Atualmente, dentre os investimentos adequados, um chama bastante atenção – precatórios judiciais. O mercado ainda não está totalmente desenhado, mas há alguns indicadores que podem ser mensurados. Empresas que atuam na aérea, como a Jusinvestments e a Hurst Capital dão conta que esse ativo, denominado de “ativo judicial”, pode ter uma rentabilidade anual variando de 18% a 36%, com elementos jurídicos e econômicos que são seguros.

O primeiro elemento que se ressalta está na confiança de solvibilidade do devedor. A jusinvestments, por exemplo, trabalha com precatórios federais que são garantidos pela União Federal, não havendo, com isso, risco de perda.

O segundo elemento, os precatórios são ativos atualizados por índices inflacionários, ou seja, não há risco de derretimento do crédito. Diferentemente dos ativos financeiros pré-fixados que sofrem o impacto da inflação, o precatório é blindado contra esse problema.

O segredo do investimento, de acordo com os especialistas, está na seleção do ativo judicial, negociação de compra e custódia do ativo. O deságio da compra e a confiabilidade do parecer de diligencia que é feito pela empresa dão ao negócio a confiabilidade necessária para deixar esse negócio como investimento seguro.

Analisando os sites das empresas, é possível verificar que ambas escoram seus ativos por meio de pareceres jurídicos de escritórios de advocacia com atuação em âmbito nacional, até mesmo por que saber se um processo judicial é seguro é algo para especialistas.

O mercado ainda está em crescimento, mas parece promissor especialmente porque conta com estímulo econômico de uma boa rentabilidade e de proteção contra a inflação. Além disso, do ponto de vista jurídico é considerado mais seguro.