Após alguns anos de aprendizagem escolar, somos desafiados a escolher um curso universitário, submetendo-se ao ENEM e/ou vestibular.

Validados os estudos e vencida a concorrência que, dependendo do curso escolhido será imensa, tem início o curso universitário.

Àqueles que direcionam o olhar à área jurídica, no curso de direito, que possui duração de 5 (cinco) anos, diversas não as matérias técnicas que virão a ser aprendidas, restando ao bacharel a escolha de caminhos completamente distintos, sendo conhecidos como mais comuns:

  • Advocacia;
  • Magistratura;
  • Ministério Público;
  • Docência universitária;
  • Especialização, mestrado e doutorado;
  • Serviço público junto aos órgãos do Poder Judiciário;
  • Dentre outros.

Enfim, o leque de opções conhecidas é imenso, porém, ao direcionar o olhar específico para a ADVOCACIA, percebe-se claramente quanto mudou o funcionamento de um ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA nos últimos anos.

Antigamente, era muito comum imaginar um escritório contendo uma secretária, os advogados e alguns estagiários. Sempre afirmo que na referida época poderíamos conceituar a advocacia como romântica.

Trazendo para a lógica da advocacia atual, impossível falar em um escritório sem uma base de tecnologia e inovação, uma estruturação de marketing, a figura de um gestor, uma controladoria jurídica, um sistema de gestão processual, com gerenciamento de processos, prazos, julgamentos e da produção; um setor responsável pela coleta e gerenciamento dos dados, um setor específico para seleção e treinamento, dentre outros.

O grande desafio de tudo isso, é que, durante o período universitário, o bacharel em direito não recebeu qualquer tipo de treinamento específico para esse novo cenário do mercado. Portanto, uma vez recebido o diploma e obtida a aprovação no exame de ordem, é ora de correr em busca do tempo perdido.

Buscar conhecimento através das inúmeras fontes atualmente existentes até ficou fácil, devendo ser considerado difícil filtrar os referidos ensinamentos e, em especial, entender o que vem dando certo e aplicar.

Tenho como lógica o compartilhamento de experiências. Sempre que surge a oportunidade de conversar com alguém da área jurídica ou não, independentemente do tempo, do tamanho do seu escritório ou empresa, e até mesmo do conceito que possua a respeito da advocacia, tento extrair aquilo que aparentemente poderá ter pouca importância para uns, mas que seja possível de aplicação ou até de não aplicação do meu escritório.

Talvez, inclusive, essa seja a principal dica da reflexão de hoje: esteja sempre pronto para APRENDER e também para ENSINAR. Afinal, o movimento em busca do conhecimento deverá ser de mão dupla.

Aquele que ENSINA somente perceberá que atingiu o objeto quando observar aquele com quem compartilhou o conhecimento demonstrando que APRENDEU. Já aquele que APRENDEU sempre será grato por alguém que um dia o ENSINOU.

Até a próxima reflexão…

Carlos Kelsen Silva dos Santos

Advogado, Sócio Gestor do Lucio Teixeira dos Santos Advogados, Especialista em Direito Privado: Civil e Empresarial, Mestre em Administração, Autor do livro “Planejamento Estratégico em Escritórios de Advocacia: a importância de planejar a prestação de serviços”, titular da coluna “Visão Jurídica”, que acontece todas as terças-feiras, durante o programa Cidade Notícias, na Rádio Cidade 94FM; integrante do projeto de educação jurídica @SEU RUMO e Árbitro da Câmara de Arbitragem do Rio Grande do Norte – CAMARN.

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