
O juiz Eduardo Appio admitiu conduta imprópria e concordou em pedir afastamento da 13a vara de Curitiba em troca do encerramento do processo administrativo que corre contra ele no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Esses são os termos de um acordo selado nesta quarta-feira em uma audiência de conciliação da qual participaram Appio, seu advogado de defesa, representantes do Tribunal Regional da 4a região, e o presidente do CNJ, desembargador Luiz Felipe Salomão. “Não reconheci culpa. Vou pedir remoção para uma vara cível, menos polêmica”, disse Appio à CNN.
Appio havia assumido a vara da Lava Jato e iniciado uma investigação sobre a conduta de seu antecessor e hoje senador, Sergio Moro (União Brasil-PR). Ele acabou afastado do cargo depois de uma denúncia de que teria telefonado para o filho de um desembargador do TRF-4, que é próximo de Moro, fingindo ser outra pessoa.
Na audiência de conciliação, os representantes do TRF-4 insistiam na remoção compulsória ou na demissão de Appio, mas o juiz terminou fechando um acordo em que admite apenas conduta imprópria, conforme apurou a CNN. Appio não reconheceu ser o autor do telefonema.
Ficou acertado que ele vai se inscrever nos próximos editais para transferência de vara e se distanciar de vez dos casos da Lava Jato. Em contrapartida, o afastamento das funções de juiz é suspenso e o processo administrativo encerrado.