Corregedor abriu processo para apurar postura de desembargador com colegas magistradas.

CNJ vai apurar a postura do desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, presidente da 4ª turma do TRT da 8ª região, diante de suas colegas magistradas.

Nesta terça-feira, 10, o colegiado negou o pedido de adiamento de audiência que partiu de uma advogada puérpera,

A postura do magistrado, não só com relação à advogada, mas também com relação às desembargadoras participantes do julgamento, a relatora do caso, desembargadora Sulamir de Almeira, e outra colega, a desembargadora Alda Couto, se tornou alvo de reclamação disciplinar instaurada pelo corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.

A relatora do caso explicava o pedido da advogada quando foi interrompida. Veja parte do diálogo:

GF: – Excelência, eu queria ser bastante prático. Há um pedido. V. Exa. defere ou nega?

SA: – Eu vou deferir o pedido.

GF: – Para adiar o julgamento?

Em seguida, ele afirma que “gravidez não é doença, adquire-se por gosto”.

A relatora tenta argumentar, quando é novamente interrompida:

SA: – Sim, Excelência. Não é doença, mas é um direito que a…

GF: – Mas ela não é parte no processo, é apenas advogada no processo.

O presidente do colegiado prosseguiu a análise, informando que nem todos os desembargadores presentes comporiam o quórum do julgamento, e que ele mesmo não iria votar. Neste momento, dirigiu-se à desembargadora Alda:

GF: – Desembargadora Alda também, calada está, calada permanecerá. Não podemos falar, não fazemos parte do quórum. Calemo-nos!

O processo é, possivelmente, a primeira apuração de “manterrupting” no âmbito do Conselho.

“Com efeito, a postura do desembargador GEORGENOR DE SOUZA pode, em princípio, ter violado deveres inerentes à magistratura, dentre os quais o dever de urbanidade para com os colegas e partes.”

Assista o vídeo:

FONTE: Migalhas | FOTO: Reprodução