
Pressões desnecessárias, burnout e desvalorização do funcionário são raridade nesse setor que já vale mais de US$35 trilhões e está com centenas de vagas abertas.
Imagine trabalhar com projetos repletos de propósito, com foco em gerar valor para toda a sociedade, ocupando cargos de gestão e ainda ser muito bem remunerado por isso? Para este profissional procurado tanto por pequenas empresas, quanto por multinacionais, essa já é uma realidade e não existe restrição de área, de profissão anterior ou de idade para concorrer às vagas.
Leia também:
Considerando o limite de até 44 horas semanais de trabalho estabelecido pela CLT, a projeção é de que você trabalhe durante cerca de 30% do total de horas vividas em um ano.
Nesse contexto, a busca por trabalhos que impactem a sociedade de forma positiva e que tragam um senso de realização profissional tem aumentado de forma significativa. Principalmente quando falamos dos millennials e da geração Z, o salário ou a estabilidade profissional tem dado espaço à outra prioridade: o “work-life balance” (equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, em inglês).
Ao mesmo tempo, empresas de todos os setores da economia tem se deparado com um desafio importante: se tornarem mais sustentáveis.
É a partir dessa união que nasce uma das carreiras mais em alta da atualidade, que tem a função de ajudar as companhias a tornarem as suas operações sustentáveis ambiental e socialmente, ao mesmo tempo em que se preocupam com o bem-estar dos funcionários, clientes e investidores. A esta carreira em alta damos o nome de: Especialista ESG.
O que é, na prática, ESG?
Em tradução literal, ESG é o acrônimo em inglês para environmental, social and governance (Ambiental, Social e Governança). Cunhada em 2004 por 55 CEOs de grandes corporações, a sigla foi um chamado para que as empresas incluíssem em suas estratégias uma forma de reduzir os impactos sócio-ambientais negativos causados por elas – e, é claro, aumentar os positivos.
Segundo levantamentos recentes, empresas alinhadas às boas práticas de ESG tendem a fazer um melhor gerenciamento de risco, conquistar melhores resultados e diminuir as chances de enfrentar problemas jurídicos. Ou seja, além de impactar a sociedade, todas essas práticas também trazem consequências positivas para o bolso das empresas.
“Se você investe no longo prazo, não vai querer apostar seu dinheiro em empresas que ficaram paradas no tempo. Mas, sim, em companhias inteligentes e responsáveis que trabalharão para atender às necessidades das pessoas nesta era desafiadora.”, explica Vincent Stanley, coautor do livro The Responsible Company.
Ao entenderem que o único futuro possível é o sustentável, empresas de todo o mundo começaram uma verdadeira corrida em busca de profissionais capazes de implementar os critérios ESG em suas operações.
Vagas sem dono em centenas de empresas
Segundo uma pesquisa recente do Google em parceria com a MindMiners e com o Sistema B, os brasileiros acham questões ambientais, sociais e de governança corporativa importantes, mas ainda têm dificuldade de associar marcas a esses quesitos. Não é à toa que quase metade (47%) dos entrevistados não associou nenhuma marca brasileira aos temas ESG.
Por isso, hoje, todas as empresas – das pequenas às gigantes multinacionais – estão buscando se posicionar no caminho da sustentabilidade, da diversidade e de políticas mais transparentes e responsáveis. Ou seja, buscam maneiras de serem reconhecidas por seus esforços ESG.
Se sentir feliz trabalhando – e ganhar muito bem para isso
Responsáveis por alinhar o discurso sustentável à prática dentro das organizações, os profissionais ESG são pessoas capazes de entender, implementar e medir os impactos dos padrões de responsabilidade social, governança e sustentabilidade no desempenho dos negócios.
E já que um dos pilares é o S, de social, não somente o profissional não precisará lidar com lideranças tóxicas e abusos dentro do trabalho, como ele também será o responsável por garantir que toda a empresa possa conviver em um ambiente profissional saudável e justo.
Por conta da oferta escassa de profissionais, aqueles que optam por seguir a carreira ESG encontram dezenas de vagas abertas em instituições de renomes, com remunerações superiores a R$19 mil.
Uma carreira possível para qualquer profissional
Aliás, conhecida por ser uma carreira ideal para aqueles que buscam fazer uma transição no mercado de trabalho, ela é totalmente possível para profissionais de qualquer área de atuação, como advogados, engenheiros, psicólogos e comunicadores, por exemplo.
Possuir experiência não é uma das exigências para trabalhar com ESG, mas entre os pré-requisitos da vaga está algum nível de especialização na área, que podem ir de cursos livres a MBAs. Ou seja, quem estiver disposto a estudar e se aprofundar no assunto, independentemente da área de atuação, tem a oportunidade de alcançar cargos e salários promissores.
FONTE: Exame | FOTO: Getty Images