
Vietnã lidera levantamento, segundo plataforma de dados Chainalysis
O Brasil se tornou o sétimo maior mercado global na adoção de criptomoedas, sendo o primeiro entre os pares da América Latina, segundo o estudo “Global Crypto Adoption Index 2022” publicado nesta quarta-feira (14) pela plataforma de dados Chainalysis.
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O país avançou sete posições em relação ao levantamento do ano passado, quando apareceu na 14ª posição. “Queremos destacar os países onde os investidores individuais, e não os profissionais, mais estão adotando os ativos digitais”, diz o estudo.
O levantamento considera uma série de critérios, como o volume negociado de criptomoedas pelas corretoras voltadas ao varejo (exchanges), e o nível de renda per capita da população de cada país.
Os dados da plataforma reforçam o cenário de que o inverno cripto atravessado pelo bitcoin e por seus pares durante os últimos meses não tem atrapalhado os planos de empresas brasileiras de lançarem plataformas destinadas à negociação de criptomoedas, e tampouco esfriado a demanda dos clientes.
Nubank, BTG Pactual e XP Investimentos anunciaram recentemente o início da oferta de serviços relacionados ao mercado cripto, e grandes bancos, como Santander e Itaú, criaram ou planejam iniciativas na área.
A aposta no potencial disruptivo do universo cripto no médio e longo prazo faz com que empresas e investidores pessoa física não se sintam desencorajados pela forte correção de preços verificada recentemente —principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin acumula desvalorização de cerca de 56% em 2022, até 13 de setembro— em um contexto de alta dos juros nos mercados desenvolvidos.
Vietnã e Filipinas lideram o ranking elaborado pela Chainalysis dos países com o maior nível de adoção das criptomoedas, seguidos por Ucrânia, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Além do Brasil, o top 10 é composto ainda por Tailândia, Rússia e China.
Os especialistas responsáveis pela elaboração do estudo apontam que a proibição do governo chinês às operações com criptomoedas em setembro de 2021 parece ter sido ineficaz –no ranking anterior, o gigante asiático ocupava a 13ª posição.
EMERGENTES OCUPAM 18 DAS 20 PRIMEIRAS COLOCAÇÕES NO RANKING
Os países emergentes dominam as primeiras colocações no ranking, ocupando 18 das 20 primeiras colocações —a exceção são os Estados Unidos e o Reino Unido (17ª colocação)— indicando que eles têm as populações mais suscetíveis à adoção das criptomoedas.
De acordo com o levantamento, as pessoas que vivem em países emergentes têm uma confiança maior na utilização das criptomoedas para fazer o envio de remessas ao exterior e buscar formas de preservar o patrimônio em momentos de volatilidade acentuada das moedas locais.
O estudo indica também que a adoção geral das criptomoedas em escala global diminuiu ao longo dos últimos meses, em linha com a forte queda nas cotações dos ativos, mas ainda permanece em níveis acima dos observados em meados de 2020 —quando teve início o movimento de alta destacada do bitcoin e seus pares, na esteira da eclosão da pandemia.
Além de estimular as transações digitais com as pessoas isoladas em casa, a enxurrada de liquidez promovida pelos governos em todo o mundo também contribuiu para a escalada nos preços das criptomoedas nos últimos dois anos.
O início do processo de reversão dessa postura de injeção de recursos pelos governos, para combater a persistente pressão inflacionária, tem feito com que os ativos digitais venham experimentando a correção de preços observada mais recentemente.
O estudo da Chainalysis indica ainda que a adoção global das criptomoedas pelos países atingiu seu pico histórico até aqui durante o segundo trimestre de 2021.
“Os dados sugerem que muitos dos que foram atraídos pelo aumento dos preços em 2020 e 2021 permanecem e continuam investindo uma parte significativa dos recursos em ativos digitais”, aponta o relatório.
OS 20 PAÍSES QUE MAIS ADOTAM AS CRIPTOMOEDAS
Vietnã
Filipinas
Ucrânia
Índia
Estados Unidos
Paquistão
Brasil
Tailândia
Rússia
China
Nigéria
Turquia
Argentina
Marrocos
Colômbia
Nepal
Reino Unido
Equador
Quênia
Indonésia
FONTE: Folha Online | FOTO: Reuters