Plataforma diz que conteúdo foi retirado do ar por violar termos de serviço

O retorno ao YouTube do blogueiro Allan dos Santos, considerado foragido pela polícia, durou pouco. Num período de quatro dias, a plataforma excluiu as duas contas criada por ele para compartilhar um vídeo.

No domingo (8), o fundador do Terça Livre voltou à rede social com um novo canal e compartilhou o vídeo “CALAR NÃO É UMA OPÇÃO”. Na gravação, ele afirmou que vai continuar “lutando pela liberdade e pelo jornalismo livre”.

Allan ainda disse que “em junho, completará dois anos que eu não vejo minha família. Há dois anos, a Polícia Federal invadiu minha casa quando meu filho, Pedro, estava na barriga da minha esposa, com nove meses”.

O conteúdo e a conta, porém, foram derrubados pela plataforma de mídia. Desafiando a decisão do YouTube, ele voltou a criar mais um canal nesta quarta-feira (11), e publicou o mesmo vídeo. Mais uma vez, ambos foram retirados do ar por violar os termos de serviço, segundo o YouTube.

O influenciador está nos Estados Unidos desde que virou alvo de investigações de fake news e de ataques às instituições. Ele é investigado em dois inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) —um para apurar disseminação de fake news e outro para identificar quem financia essas ações e os atos antidemocráticos.

Em outubro, o ministro da corte Alexandre de Moraes determinou sua prisão, pediu sua extradição e a inclusão de seu nome na lista de foragidos da Interpol.

Banido das redes sociais por determinação de Moraes, ele tem criado novas contas e publicado conteúdo, até o momento em que é identificado e novamente bloqueado.

Fundador do Terça Livre, site investigado por disseminar fake news, o blogueiro ganhou notoriedade durante as eleições presidenciais de 2018 por apoiar o então candidato Jair Bolsonaro, com acesso a integrantes da campanha e à família do atual presidente.

O blogueiro participou de protestos com bandeiras antidemocráticas em Brasília e chegou a defender o uso das Forças Armadas contra os ministros.

FONTE: Coluna Monica Bergamo (Folha de São Paulo) | FOTO: Agência Senado