
O caso foi recebido na quinta-feira (24) em um tribunal nos EUA
Dois ex-moderadores de conteúdo do TikTok abriram um processo contra a empresa por falta de apoio psicológico. Segundo a ação, o trabalho deles era de remover vídeos perturbadores ou censuráveis da rede social o dia inteiro, fato que impactava no emocional.
O caso foi recebido na quinta-feira (24) em um tribunal nos EUA e tem como alvo as empresas Byte Dance Inc. (empresa chinesa dona da rede social) e a TikTok Inc. (responsável pela operação nos países ocidentais). O processo alega que ambas violaram leis trabalhistas do estado da Califórnia ao não fornecerem suporte adequado para preservar a saúde mental dos funcionários.
Ashley Velez e Reece Young foram contratados por empresas terceirizadas pela canadense Telus International e a estadunidense Atrium, respectivamente. A dupla tenta converter o processo em uma ação coletiva, o que permitiria que outros trabalhadores na mesma condição peçam a reparação legal pelos danos causados.
Os ex-moderadores alegam ter sofrido pressão para revisar grandes volumes de conteúdo extremo para atingir as cotas, com jornadas de trabalho de 12 horas diárias. Além disso, teriam sido forçados a assinar documentos de confidencialidade, os quais os impediam de discutir as coisas que viam todos os dias.
Sem tratamento médico nem apoio psicológico
Na peça, os advogados dos acusantes defendem que os réus “falharam em fornecer um local de trabalho seguro” para os contratados, pois eles lidavam com conteúdo “não filtrado, repugnante e carregado de coisas ofensivas”. O processo exemplifica o tipo de material visualizado todos os dias: abuso sexual infantil, estupro, tortura, bestialidades, decapitações, suicídios, assassinatos, discursos de ódio e teorias da conspiração.
O TikTok e a ByteDance são acusados de saber de tudo isso e não terem feito qualquer esforço para ajudar os trabalhadores a lidar com tanta carga emocional negativa. A causa não menciona valores, mas solicita pagamento de despesas médicas, criação de um fundo para esse tipo de atividade, “despesas judiciais razoáveis” e alguma reparação para as vítimas.
Essa ação é bastante parecida com uma recebida pelo Facebook em 2018, inclusive o mesmo escritório de advocacia trabalhou em ambas. Na época, a empresa de Mark Zuckerberg fechou um acordo dois anos depois para pagar cerca de US$ 52 milhões a mais de 11 mil moderadores.
FONTE: Canaltech | FOTO: Divulgação