Comissão de Segurança Cibernética teve composição e atribuições ampliadas pelo presidente da corte
Sob o argumento de que é necessário criar medidas para enfrentar os ataques ao sistema eleitoral, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu ampliar a Comissão de Segurança Cibernética da corte e incluir entre suas atribuições o combate à disseminação de notícias falsas.
A comissão é presidida pelo vice-presidente do TSE desde 2020, ministro Alexandre de Moraes, que tem a previsão de assumir a presidência a partir de agosto. No STF (Supremo Tribunal Federal), ele é responsável por inquéritos que investigam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e também seus apoiadores.
A portaria publicada nesta segunda-feira (21) é assinada pelo ministro Edson Fachin, presidente do TSE, e eleva o número de integrantes da comissão de 6 para 11.
Fachin afirma que o grupo também ficará responsável, a partir de agora, por “monitorar, elaborar estudos e implementar ações para combate à disseminação em massa de informações falsas em redes sociais, com o intuito de lesar expor a perigo de lesão a lisura e confiança do sistema eleitoral”.
Antes, a comissão monitorava apenas ameaças e ataques cibernéticos à Justiça Eleitoral e elaborava estudos contra ilícitos cibernéticos.
Na justificativa para as mudanças, o ministro cita o inquérito das fake news, que “apura a ação de grupos coordenados com a finalidade de divulgar informações falsas de crimes, denunciações caluniosas e ameaças que atinjam a honorabilidade de membros do Supremo Tribunal Federal”.
Ele diz que há correlação de ações coordenadas desses mesmos grupos em ataques à imagem da Justiça Eleitoral.
A comissão, diz Fachin, é necessária para “efetiva análise de ações de prevenção e enfrentamento de ilícitos decorrentes de tentativas de ataques cibernéticos no ambiente da rede mundial de computadores, pelos referidos grupos coordenados e com a finalidade de prejudicar a imagem da Justiça e do Processo Eleitoral, inclusive com vazamento de informações e documentos sigilosos”.
Segundo o presidente do TSE, é preciso apurar o financiamento e divulgação em massa nas redes sociais de conteúdo com o intuito de lesar ou expor a lisura e confiança do sistema eleitoral.
Na nova composição da comissão do TSE, além de Moraes, participam o corregedor do órgão, ministro Mauro Campbell Marques, juízes auxiliares do gabinete da presidência, da vice-presidência e da corregedoria, o delegado da Polícia Federal Disney Rosseti, entre outros.
FONTE: Folha Online | FOTO: STF